Punk da periferia

Das feridas que a pobreza cria, sou o pus
Sou o que de resto restaria aos urubus
Pus por isso mesmo este blusão carniça
Fiz no rosto este make-up, pó caliça
Quis trazer assim nossa desgraça à luz

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Ter cabelo tipo índio moicano me apraz
Saber que entraremos pelo cano satisfaz
Vós tereis um padre pra rezar a missa
Dez minutos antes de virar fumaça
Nós ocuparemos a Praça da Paz

Sou um punk da periferia
Sou da Freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Transo lixo, curto porcaria, tenho dó
Da esperança vã da minha tia, da vovó
Esgotados os poderes da ciência
Esgotada toda a nossa paciência
Eis que esta cidade é um esgoto só

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Sou da freguesia

Isso, amigo, dá a cara pra...

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês
Eu sou da freguesia

Sou um punk da periferia
Sou da freguesia do ó
Ó, ó-ó-ó-ó, ó aqui pra vocês



Credits
Writer(s): Gilberto Passos Gil Moreira
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