O Empregado

Sejam bem-vindos, a esta tal escola de igualdade
Em que somos inseridos, numa gaiola sem verdade
E mesmo em crescidos, lá ela se cola com vaidade
Nós somos coagidos, porque é de borla a falsidade

E com frases marcantes, dás fachada sem remorso
Que somos relevantes, sem ter nada escandaloso
Dás-nos só instantes, p'ra pôr farda de bom moço
Um mundo desinteressante, logo acaba com o meu esforço

Recuso o teu mandato, porque não fazes o que eu sinto
Eu não sou barato, eu faço é frases do infinito
Tu és só vazia, e queres que todos o sejam
Tu és só a azia, destes tais poucos que almejam

Para essa ditadura, eu sou um miúdo da margem
Eu não sou quem a atura, nem com esse culto de imagem
Comigo a saída, dá-me as batidas reais
Eu sigo esta vida, tu só queres vidas iguais

Quando entrei
Fui ter com ela e ela disse
"Vê se te disfarças sorridente
Tu faz-me esse serviço
E nunca te faças tão diferente

Só serves p'ra isto
Vê se desejas esse fado
Que eu só existo
P'ra que tu sejas empregado

PORQUE"

O empregado
Não quer o salário, não
Apenas quer o emprego
Nunca quer salário

Por ti, ouvi, senti, sofri e eu sei
Que vi, mas sim, aqui, assim quebrei
Parti daí, fugi, pr'a mim ganhei
Porque eu vi, porque eu vi, porque eu vi

Porque eu vi essa vida, que só corta o que eu falo
Que tirou-me a batida, deu-me derrota com mal
Com voz emudecida, como uma rota final
Tu finjes ser querida, que a batota assim vale
Só que depois

Quando entrei
Fui ter com ela e ela disse
"Vê se te disfarças sorridente
Tu faz-me esse serviço
E nunca te faças tão diferente

Só serves p'ra isto
Vê se desejas esse fado
Que eu só existo
P'ra que tu sejas empregado

PORQUE"

O empregado
Não quer o salário, não
Apenas quer o emprego
Nunca quer salário



Credits
Writer(s): Con Ten Tor
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