Dezesseis

(Faz um favor pra mim?)

Prometazina já não me acalma
Não confio em nada, só na minha arma
Tem sangue nas ruas, eu mantenho a calma
Os brancos de farda tão na minha caça

Minha mãe chateia quando ela me fala
Pra eu voltar a ser o que ela sonhava
Queria eu que ela tivesse errada
Minha cabeça anda meio bagunçada

Já tentei mudar, mas não vale de nada
O mundão 'tá louco, a bala queimada
Onde eu 'tô não planejo nada
Não sei se a fita é séria ou piada sem graça

Alguns amigos mentem pra ter coisas caras
Eu vendia droga pra manter minha casa
Encarei o mundão e fechei a cara
O que passei aqui, certeza, eles não passa

Se minha vida no rap 'tá sendo cantada
Quem me dera eu ter vida inventada
Tipo aquelas merda do conto de fadas
Se te banca outro, é conto de bala

Tipo anos 90 e toda a desgraça
Faço trap "memo", nem aí pra nada
Eu sou de verdade e eles são só farsa
Meu papo 'tá reto, eu solto na cara

Mas a cena é falsa e eles não tem cara
Ser o mais real 'tá sendo tipo um karma
Eu sou muito intenso, às vezes até estraga
Zerei minha treta, queimando erva cara

Cheguei do meu corre tendo as pelada
Eu 'tô me cuidando pra não dar mais nada
Com 16 chutei, foram duas grávida
Mas pros meus menor nunca faltou de nada

Fé nos 27, o que não mata passa
Tipo livro aberto é minha vida, chapa
Fosse pra mentir, cantava o que eles falam
Se eu começar quero ver quem cala

No mínimo três com a carreira acaba
De todo buxixo, o Klyn se destaca
Foco no de sempre, grana pra minha casa
Se não fosse grana, mano, eu nem cantava
Foda-se a mensagem, seu rap não salva
Troco verdades que vocês não fala
Mas 'cês quer mentira, então o Klyn não mata
Geral burro e surdo, não entende nada
Gente alienada arrepiando as praga
Só os esperto entende o que o trap fala
Sem querer 'tô sendo o herói sem capa
Só 'tô contra o mundo pra não morrer sem nada