O Pão

O pão é pequeno
Para a nossa fome
E põe um veneno
Na boca que o come
Ninguém o consuma
Sem pagar primeiro
O preço da bruma
Que oculta o dinheiro
O dinheiro...

Fermento do homem
O pão escasseia
Aos que se consomem
Na seara alheia
Na boca vazia
Que arrota trabalho
O pão de cada dia
Cada dia é falho
É falho...

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é

O pão é a obra
De um labor diário
Mas que nunca sobra
Para o operário
O que o chão encerra
Para quem tem fome
Se quem cava a terra
A terra é que come
Come o home...

Onde está o trigo
Em toda a sua carga
Quando me mastigo
Minha boca amarga
O pão é alheio
E alheio é o prato
Que vazio ou cheio
Não tem preço exato
Exato...

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é

Fosse nosso pão
E a deus não se iria
Suplicá-lo em vão
N'alguma reza fria
E o povo que engula
A sua própria fé
Pecado é a gula
A fome não é



Credits
Writer(s): José Francisco Das Chagas
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