Poesia Marginal

Quando a morte conta uma história manda ela se f*
Quando a vida canta um rap, ouve e para pra entender
Eu sei que não foi fácil, loucuras absurdas
Guerra na terra santa, irmão no crack que se afunda
Profeta, da rua, armado até os dentes
Isolado num deserto que floresce na minha mente
Ruas congeladas, pessoas se maltratam,
na ilusão do medo pelo fogo, trocam tapas
Situação precária, criança sem saúde
O sonho se destrói, o crime acaba a juventude
Inveja fodida, vaidade orgulhosa,
Deus que me livre desse mal na noite cabulosa
Olhares, abraços, maldades no aperto de mão
Flashbacks, sangue ferve, treta e oração
Estrela que ilumina e brilha na favela,
o sentimento vivo de amor no coração supera
E se revela, solta da jaula as feras
A luz divina que ilumina o mal, o céu e a terra
O diamante bruto que se torna o mais perfeito
Do horroroso ao precioso, e a fé no recomeço
Na selva atividade, a arte é do silêncio,
inimigo tem sono leve mas não pode ler pensamento
Nova Era, novos tempos, novos ares, novos momentos
Tempestade, fim de tarde, atrás das grades eu bem me lembro
Vira e mexe, sobe e desce, o adianto aqui não para
Tá provado e registrado que amor é coisa rara
A caminhada continua, desistir é mais fácil
Palavra por palavra, fim por fim, passo a passo
E segue mais, quem corre atrás, age na calma e não se ilude
Pé na porta, mente em transe, alma limpa, aberta e rude
Verso louco de atitude, poesia encantadora,
família que segue forte na crise devastadora
Um por todos, Deus por nós, aqui abala mas não cai
A mentira da verdade, quem mais julga é quem mais trai
C* de burro eu não me iludo com conversa fiada
Emocionado desde sempre, a rima louca é levada
Ugangue tá no sangue, evolução é meu lema
Se mexer com minha família tá f*do é problema
É a vida no gueto, vários que Deus levou
O crime é podre, nasceu, cresceu, morreu na de horror
Eu sei que vários tentou, falou que representou
Virou memória, tá lembrado e no passado ficou
Deixa esse preto cantar,
Então, deixa o vagabundo tentar
Deixa esse nego cantar
É nós que tá, é Nova Era rapa
Deixa o vagabundo tentar
Então, deixa esse preto cantar
Deixa o vagabundo tentar
É nós que tá, é Nova Era rapa...



Credits
Writer(s): Ravi Lobo
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