Bolero Impossível

Paredes frias, solidão do apartamento
o telefone toca e alguém põe-se a falar
o impossível do outro lado da linha
a impossível voz do amor sem cor, sem ar, sem rima...

Tantas palavras já usadas e abusadas
em milhares de canções
prosa sem fim
e eu assim, no telefone
tantos por quês, tanta tristeza, tanta fome
e esse amor que não ousa dizer o nome
e esse amor que insiste em não dizer quem é
Oh! coração por que é que tu não paras
como na súplica valsa antiga e rara
no telefone a voz me desafia
faz frio aqui, e a noite está vazia
em solidão desligo o aparelho
e deixo a lágrima rolar
Tanto clichê, tanta palavra, tanto verso
tanta poesia pra fazer o amor rimar



Credits
Writer(s): Marcos Sacramento
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