O Conto do Vigário

Se um dia eu menti, perdão
A Justiça será verdade?
Vem pra rua cantar, Brasil
Mostra a farsa pra quem não viu
Se um dia eu menti, perdão
A Justiça será verdade?
Vem pra rua cantar, Brasil
Mostra a farsa pra quem não viu

Sou eu, a lenda que atravessou o mar
O brilho do Cruzeiro a me guiar
Ao deslumbrante paraíso
Sou eu, o reluzente Eldorado
De fauna e flora, cobiçado
Do Ardil hilário o sorriso
Nas Minas não vi o ouro
O meu tesouro, cadê? Sumiu?
Em cada conto, aumento um ponto
Sou um lugar de histórias mil

Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras
Tamoios, Caetés e Tabajaras
É Banto, é Congo, é de Angola
Somos da tribo quilombola
Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras
Tamoios, Caetés e Tabajaras
É Banto, é Congo, é de Angola
Somos da tribo quilombola

Que segue aguerrida
Mas sempre esquecida
Por quem tem poder
Montando em cabrestos
Matando direitos de quem quer viver
O homem de terno pregando mentira
Desperta a ira em nome da fé

Pois é, na crise nossa gente acende vela
Pra santo que nem olha pra favela
E brinca com direito social
Ó mãe, o morro é o retrato do passado
Legado de um mito mal contado
Vigário, teu protesto é Carnaval



Credits
Writer(s): Domenil Ferreira Dos Santos, Sergio Rodrigues De Souza, Gilmar Da Rosa Sobrinho, Richard Valenca Oliveira De Santana, Jefferson De Oliveira, Renan Diniz Valenaa, Orlando Vieira Ambrosio, Jose Luis Laranjo Duarte, Rodrigo Sampaio, Carlos Alberto Ferraz Rubens, Denis Moraes De Medeiros
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