João

São tantos e tão poucos tem noção
De como se inaugura uma nação
Não é bem com monumentos
Ou com balas de canhão

É quando uma brisa bate na respiração
E entra no juízo de um João
Que dedica todo empenho
E amor ao seu engenho

Para arejar os cantos da canção
E dar sentido a nossa sensação

Milhares de partículas no ar
Reviravoltam numa vibração
Para nos dar sua benção
Para nos tirar do chão

Como se a rotação da Terra fosse então
Essa voz e esse violão

Quando uma só pessoa
No silêncio aperfeiçoa
Toda multidão escuta o coração
E se torna civilização



Credits
Writer(s): Arnaldo Antunes, Cezar Caribe De Araujo Pinho Mendes
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