3!
Meu coração é uma escola erguida
Onde passa uma avenida
E não dá nem pra escutar o próprio pensamento
A minha voz é uma voz cansada
De tanto cantar tanto pra nada
E de vez em quando ela quer me abandonar
Eu já não tenho mais vias de me afastar
Porque o caminho mais fácil me enoja
E o mais difícil me quase mata
E é tudo cada vez mais lento
Porque a vinte anos atrás, eu taria é agradecendo
Por ter comida, por ter sossego
Mas o conforto é um conforto que eu não posso mais me dar
Eu não encosto minha cabeça no travesseiro
Enquanto a mente funcionar
É idiota, mas é só assim pra ela não me abandonar
Eu tomo doses e doses de cafeína
Pra ver se algo me fascina
Mas o tédio sempre há de continuar
E a vida tende sempre ao tedioso
Então eu já tô preparado
Mas o preparo não impede de doer
Eu jogo cartas, eu vejo vídeos, escrevo letras
Meto minha cara em um monte de tetas
Eu faço tudo que eu posso fazer
Se a vida é tipo um jogo eu quero me jogar
Da janela do terceiro andar
Não é pra morrer, é só pra machucar
É pra sentir que um dia eu de fato vou morrer
E de alguma forma entender
O que é que isso significa
Eu não tenho nada a perder
Por isso é difícil manter
Minha mente sempre a aprender
Algo, algo
Eu não tenho nada a dizer
Mas eu digo mesmo sem ter
Talvez isso que faça eu ser algo, algo
O que eu falo é sempre muito amargo
E mesmo apesar de sábio
Ninguém se interessa a ponto de raciocinar
E eu sou sempre visto como pessimista
Tento clarear a vista
Mas vocês sabem muito bem que às vezes não dá
Eu ouço artistas alegres
Pra compensar o meu temperamento
Pra não virar alguém insuportável
Mas não dá mais pra voltar no tempo
E eu sei que o que eu faço não faz bem
Pras suas saúdes mentais
A alegria é superestimada
Ela não vale nada demais
E quantas vezes eu já a tive e olhei pra trás
Em busca de inspiração na minha tristeza
Porque é ela que me dá gás
Mas se eu buscasse a felicidade
Vocês tariam ouvindo Espaguete
Ou Jota Quest
E não a mim, seus animais
Ninguém te obrigou a dar play
Não reclame, eu te avisei
Mais de dez minutos, você é burro?
Burra?
Não tem nada bom pra fazer?
Nenhum filme que queira ver?
Ninguém quer te dar nem comer?
Trouxa, trouxa
Faça como eu, busque sentido em outras pessoas
O seu PIB cresce ao exportar suas decepções
Dói um pouco menos quando a sua mão aperta uma bunda
E é quase suportável quando apertam seu coração
Se houvesse sentido, eu taria mil vezes pior
Graças a Frederico eu me sinto muito mais só
E essa solidão ao menos mostra a minha Impotência
E o Desgosto vira puramente a sua consequência
Ó, Pátria Amada, Brasil
Por que és um conceito abstrato, e não real?
Se o meu saudosismo e esse protofascismo fosse algo do mundo material
Eu iria de encontro a ele Pra Viver Um Grande Amor
No seio desse utilitarismo racional
Um sistema tão longe do ideal
Mas que abraça a minha vontade de ser sempre radical
Sem sair do lugar
Eu não tenho nada a perder
Exceto o meu próprio ser
E a reputação a manter viva, viva
Eu não quero nunca mudar
Eu só quero me acostumar
Pra manter a minha soberba viva, viva
Eu me sinto tão superior
Só porque eu sei que não sou
A contradição é a minha arma, arma
Tantas vezes já atirou
Quase sempre quando não estou
E tão facilmente sangra a minha alma, alma
A vida é muito longa pra eu me preocupar
A todo tempo com o que eu irei me tornar
Mas se eu já tive a visão de que eu vou ser um lixo
Essa cena toda não carece de sentido
E se não dá pra chorar o leite derramado
Eu choro o leite que ainda estou por derramar
Um leite tão salgado quanto o mar mais vivo
E as minhas esperanças tem a forma de uma lesma
Foram mais de nove meses pra eu parar de pensar em Isadora
E a consequência disso me ataca toda hora
E afeta o dia a dia de uma forma que eu não gostaria de aceitar
E o tempo todo eu tenho que ouvir as mesmas coisas das pessoas
Que eu já resolvi dentro da minha própria cabeça
E eu finjo que ainda devo escutar
Mas eu não aguento mais
E na verdade eu aguento e escuto pela milésima vez
A minha atitude tem até melhorado
A minha saúde física e mental também
Mas o mundo ao meu redor ainda é o mesmo
Então eu mudei pra quê? Pra quem?
Se tudo que me cerca é falho
De que adianta esse sonho de ser perfeito?
Se a vida é tipo um jogo eu quero me jogar
Da janela do terceiro andar
Não é para morrer, é só pra acordar
E aos poucos me vingar
Quando vocês souberem que eu sou efêmero também
A minha imagem vai fazer falta
E os detalhes antes não vistos vão passar a transparecer
Eu agradeço a Deus por tudo, mesmo não acreditando muito
E mesmo tudo sendo algo ruim
É melhor sentir isso que não ter início nem fim
É isso que vocês não entendem
Eu prefiro o lixo que o nada
Eu prefiro um ódio sincero que uma compaixão inventada
Vocês nunca me dão ódio
E me botam numa bolha
Eu me sinto tão longe de tudo
Como é que ninguém nota?
Toda música é um grito
Todo verso é um tiro
Você diz que eu sou contido porque não percebe isso
Se a vida é infinita eu quero conformar
Com as regras que o Universo dá
Ao invés de buscar uma alternativa que não existe
NÃO EXISTE
Se ela existisse eu ia ignorar
Por ser impossível de alcançar
E eu olharia na tua cara e riria pra te zoar
Pra você ver que eu não ofendo só a mim mesmo
Que no fundo eu sinto algo que eu quero muito te mostrar
E a escola que é meu coração aumenta seu volume
Na avenida dá-se um acidente
Duas pessoas morrem
Onde passa uma avenida
E não dá nem pra escutar o próprio pensamento
A minha voz é uma voz cansada
De tanto cantar tanto pra nada
E de vez em quando ela quer me abandonar
Eu já não tenho mais vias de me afastar
Porque o caminho mais fácil me enoja
E o mais difícil me quase mata
E é tudo cada vez mais lento
Porque a vinte anos atrás, eu taria é agradecendo
Por ter comida, por ter sossego
Mas o conforto é um conforto que eu não posso mais me dar
Eu não encosto minha cabeça no travesseiro
Enquanto a mente funcionar
É idiota, mas é só assim pra ela não me abandonar
Eu tomo doses e doses de cafeína
Pra ver se algo me fascina
Mas o tédio sempre há de continuar
E a vida tende sempre ao tedioso
Então eu já tô preparado
Mas o preparo não impede de doer
Eu jogo cartas, eu vejo vídeos, escrevo letras
Meto minha cara em um monte de tetas
Eu faço tudo que eu posso fazer
Se a vida é tipo um jogo eu quero me jogar
Da janela do terceiro andar
Não é pra morrer, é só pra machucar
É pra sentir que um dia eu de fato vou morrer
E de alguma forma entender
O que é que isso significa
Eu não tenho nada a perder
Por isso é difícil manter
Minha mente sempre a aprender
Algo, algo
Eu não tenho nada a dizer
Mas eu digo mesmo sem ter
Talvez isso que faça eu ser algo, algo
O que eu falo é sempre muito amargo
E mesmo apesar de sábio
Ninguém se interessa a ponto de raciocinar
E eu sou sempre visto como pessimista
Tento clarear a vista
Mas vocês sabem muito bem que às vezes não dá
Eu ouço artistas alegres
Pra compensar o meu temperamento
Pra não virar alguém insuportável
Mas não dá mais pra voltar no tempo
E eu sei que o que eu faço não faz bem
Pras suas saúdes mentais
A alegria é superestimada
Ela não vale nada demais
E quantas vezes eu já a tive e olhei pra trás
Em busca de inspiração na minha tristeza
Porque é ela que me dá gás
Mas se eu buscasse a felicidade
Vocês tariam ouvindo Espaguete
Ou Jota Quest
E não a mim, seus animais
Ninguém te obrigou a dar play
Não reclame, eu te avisei
Mais de dez minutos, você é burro?
Burra?
Não tem nada bom pra fazer?
Nenhum filme que queira ver?
Ninguém quer te dar nem comer?
Trouxa, trouxa
Faça como eu, busque sentido em outras pessoas
O seu PIB cresce ao exportar suas decepções
Dói um pouco menos quando a sua mão aperta uma bunda
E é quase suportável quando apertam seu coração
Se houvesse sentido, eu taria mil vezes pior
Graças a Frederico eu me sinto muito mais só
E essa solidão ao menos mostra a minha Impotência
E o Desgosto vira puramente a sua consequência
Ó, Pátria Amada, Brasil
Por que és um conceito abstrato, e não real?
Se o meu saudosismo e esse protofascismo fosse algo do mundo material
Eu iria de encontro a ele Pra Viver Um Grande Amor
No seio desse utilitarismo racional
Um sistema tão longe do ideal
Mas que abraça a minha vontade de ser sempre radical
Sem sair do lugar
Eu não tenho nada a perder
Exceto o meu próprio ser
E a reputação a manter viva, viva
Eu não quero nunca mudar
Eu só quero me acostumar
Pra manter a minha soberba viva, viva
Eu me sinto tão superior
Só porque eu sei que não sou
A contradição é a minha arma, arma
Tantas vezes já atirou
Quase sempre quando não estou
E tão facilmente sangra a minha alma, alma
A vida é muito longa pra eu me preocupar
A todo tempo com o que eu irei me tornar
Mas se eu já tive a visão de que eu vou ser um lixo
Essa cena toda não carece de sentido
E se não dá pra chorar o leite derramado
Eu choro o leite que ainda estou por derramar
Um leite tão salgado quanto o mar mais vivo
E as minhas esperanças tem a forma de uma lesma
Foram mais de nove meses pra eu parar de pensar em Isadora
E a consequência disso me ataca toda hora
E afeta o dia a dia de uma forma que eu não gostaria de aceitar
E o tempo todo eu tenho que ouvir as mesmas coisas das pessoas
Que eu já resolvi dentro da minha própria cabeça
E eu finjo que ainda devo escutar
Mas eu não aguento mais
E na verdade eu aguento e escuto pela milésima vez
A minha atitude tem até melhorado
A minha saúde física e mental também
Mas o mundo ao meu redor ainda é o mesmo
Então eu mudei pra quê? Pra quem?
Se tudo que me cerca é falho
De que adianta esse sonho de ser perfeito?
Se a vida é tipo um jogo eu quero me jogar
Da janela do terceiro andar
Não é para morrer, é só pra acordar
E aos poucos me vingar
Quando vocês souberem que eu sou efêmero também
A minha imagem vai fazer falta
E os detalhes antes não vistos vão passar a transparecer
Eu agradeço a Deus por tudo, mesmo não acreditando muito
E mesmo tudo sendo algo ruim
É melhor sentir isso que não ter início nem fim
É isso que vocês não entendem
Eu prefiro o lixo que o nada
Eu prefiro um ódio sincero que uma compaixão inventada
Vocês nunca me dão ódio
E me botam numa bolha
Eu me sinto tão longe de tudo
Como é que ninguém nota?
Toda música é um grito
Todo verso é um tiro
Você diz que eu sou contido porque não percebe isso
Se a vida é infinita eu quero conformar
Com as regras que o Universo dá
Ao invés de buscar uma alternativa que não existe
NÃO EXISTE
Se ela existisse eu ia ignorar
Por ser impossível de alcançar
E eu olharia na tua cara e riria pra te zoar
Pra você ver que eu não ofendo só a mim mesmo
Que no fundo eu sinto algo que eu quero muito te mostrar
E a escola que é meu coração aumenta seu volume
Na avenida dá-se um acidente
Duas pessoas morrem
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