Fuzileiro

A festa acabou e eu aqui sem vinho
Sem fumo, sem brilho
Embriagada com meus pensamentos
Com o que sobrou de um planeta sem memória
Sem história, sem final feliz

Ódio destilado a frio
Sem pudor, sem julgamento
Ironia de falsos argumentos
Vazio da alma, humanoleijos

Percepções sem dó nem piedade
Percepções do mal pela maldade
Pelo prazer de ver doer

Há tempos que me vejo de olhos fechados
Não suporto mais o teu abraço
Que me mata sem saber
Me deixe aqui um pouco mais de tempo
Quem sabe um dia, encontraremos
Extraterrenos
No portal azul de metileno

Tua loucura é santidade, fragmento da verdade
Enquanto a minha é maldade
Cansei destes desvios de caráter, disfarçados de boa vontade
Maquiados de aceitação
O ódio salta sem ressentimento dos conceitos do teu coração
Há quem compre teu olhar bondoso
Teu sorriso torto
Tuas belas intenções
Ignorância sem juízo
Despertar do improviso
Refém do impulso
Egoísmo
Torturador de flores e passarinhos

Felicitações errôneas sem mais nem porque
Vazio interno, excesso, retrocesso
Fuzileiro
Quantas vezes mais terei que repetir?
Quantas vezes mais pra te fazer sorrir?
Não sou capacitada, esta missão está equivocada
Me dê o bilhete e adeus
O trem está vindo, sou eu

Agora quem se dispõe a lutar por mim?
Quem se sacrificaria até o fim?
Fiquei aqui neste buraco escuro
Me escondendo do mundo
Esperando a morte chegar

Dias escorridos pelo tempo que de graça me persegue
Sem trégua, sem porque
Vivo como um passarinho que caiu do ninho
Sem saber voar
Com medo da propria sombra
Com medo de caminhar
Desafiando a sorte de mais um dia sem morte
Desafiando a vida de mais um dia sem ar
Acabaram as fichas
O sol se pôs ao meio dia



Credits
Writer(s): Jully Jully
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