Pulso Aberto

Somos porta de entrada
E de saída
Somos deusas e escravas
Há mil gerações

Dentes afiados
No escuro de entre as pernas
Veneno na ponta da cauda

Bruxas putas loucas santas
Somos as que sangram sem ferida
Donas do prazer
Donas da dor
As invisíveis
As perigosas
As pecadoras
As predadoras
Insaciáveis e geradoras

Os corpos secretas casas
Somos seres de unhas e tetas
Caminhando aos milhares as estradas

Somos a terra e a semente
Carne de aluguel em alma de rainha
As submissas as bacantes
As que procriam e as que não

Somos as que evitam o desastre
As que inventam a vida
As que adiam o fim
Mulher
Multidão



Credits
Writer(s): Maria Rezende
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