Morte Anunciada Dum Taxista Obeso

Quando um dia aqui cheguei
Acertei logo à primeira
Confiei na tua voz
Sosseguei à tua beira

Quando a noite me cobriu
Tive fome e tive frio
Sem ninguém me ensinar
Já sabia a quem chamar
Eu chamei por ti

E cresci para aprender
As vitórias de um menino
Que declara com prazer
Eu já sei fazer sozinho

Mas eu soube o que fazer
Quando o joelho se feriu
Quando a sombra se mexeu
E a luz se despediu
Eu chamei por ti

Quando o tempo me ensinou
Que esta vida é a dura prova
O meu pai se enfureceu
E me deu aquela sova

Quando perdi o juízo
E enfrentei o prejuízo
E me perdi pela estrada
Duma alma condenada
Eu chamei por ti

Quando veio a tempestade
Quando morri de saudade
Tanto que eu chamei
Chamei por ti

Oiço as balas a zunir
Vejo os homens a cair
O meu sangue a empapar
Meu destino e meu azar

Hoje a esperança desertou
Hoje o céu me abandonou
Hoje o medo me cercou
Com a certeza de morrer
Sem lugar para me esconder
Eu chamei por ti

Desde a leda madrugada
Ao mais negro terminar
Sem ninguém me dizer nada
Sempre soube a quem chamar



Credits
Writer(s): José Castro
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