90 Centavos

Um dia eu andava pela madrugada
Sozinho, perdido nas mesas de bar
Cavaco chorava choro de tristeza
Havia uma nuvem nublada no ar

E aí me aparece ela de vermelho
Tava bem doidona com os pés no chão
Só tinha no bolso 90 centavos
Um par de cigarro amassado na mão

Confesso na hora que vi uma deusa
Também não havia assim tanta opção
Só um trio de bebuns numa mesa do lado
E um gordo barrigudo atrás do balcão

Foi fácil a escolha e entrei de cabeça
Tomei um cowboy pra dar fé na missão
Pra quem vê de fora não é muita coisa
Mas enche as lacunas do meu coração

Não tem cor, não tem jeito
Não tem credo, nem religião
O amor, quando chega, enobrece o coração

Não tem cor, não tem jeito
Não tem credo, nem religião
O amor, quando chega, enobrece o coração

Pouco depois nós juntamos os trapos
Fiz dela a divina senhora do lar
Todo dia brigava, era um arranca rabo
Facada, foiçada pra todo lugar

Ela entrava, eu saía, eu saía, ela entrava
Botou fogo três vezes no meu barracão
Andava armada, com uma peixeira
Pra fidelidade de nossa união

Ela é água, eu sou óleo, eu sou sol, ela é lua
Ela fuça meus bolsos e o meu celular
Vira cão de guarda na roda de samba
Eu só canto pedido se ela deixar

Com rabo de olho que ela me conquista
Sua cara brava é que me fez gamar
Mas só deixo dela se ela me larga
História de amor como essa não há

Não tem cor, não tem jeito
Não tem credo, nem religião
O amor, quando chega, enobrece o coração

Não tem cor, não tem jeito
Não tem credo, nem religião
O amor, quando chega, enobrece o coração
Não tem, não

Não tem cor, não tem jeito
Não tem credo, nem religião
O amor, quando chega, enobrece o coração



Credits
Writer(s): Cesar De Freitas Martins
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