Esteves

Olhando, acidentalmente, suas pálpebras abriram
Pegava a bolinha de papel que os meninos cuspiram
Como alguém
Sempre mente
Esteves sentado, com o mundo em sua frente
Seu nome também era Esteves
De mãe católica e pai crente

Há em seu peito despejado rigor
Sua sociedade alternativa do amor
Cabeça é de soldado
Coração é de pastor

Ninguém vê
Ouve ninguém
Ninguém fale
Sinta apenas um outro alguém
Um outro alguém
Olha lá o Esteves!

Foge Esteves
Corre Esteves
O chão está a cair!
Grita Esteves
Pula Esteves
Uma vez na vida é preciso mentir
Menino, é preciso ter fé
Corre Esteves
Anda Esteves
Bem na ponta dos pés

Por onde anda Ele
Andando sobre folhas verdes
Seus dogmas combate
Seu coração é algo a parte
Nos outros o inferno há
Vão com prazer te julgar

Oh, menino como você chegou aqui?
Onde estão seus pais?
Onde estão seus pais?
O que você vê e pensa disto?

De fato, não existe nada mais deplorável do que, por exemplo
Ser rico, de boa família
De boa aparência
De instrução regular
Não tolo, até bom
E ao mesmo tempo não ter nenhum talento; nenhuma peculiaridade
Inclusive, nenhuma esquisitice
Nenhuma ideia própria
Ser terminantemente como todo mundo

Não sei bem mais
O que quero é: existência sem dor
E, finalmente, alguma paz



Credits
Writer(s): Juan Maximus
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