Kyoto

O remédio pra dor na cabeça bate
Por essas e outras, não jogo mais
Eu materializo a fé que vale paz
Me deixa que assino esse xeque-mate

Ilusões que paguei nesse pesque e pague
Disse: é que choveu, mas foi canivete
Manchete é só sangue por acidente
Mas pro seu presidente é só mеrchandising

Nunca usei só pra contar vantagem
Você sabe disso, você sabе do sacrifício
A vida me fez vigiar o que piso
Eu só posso dizer o que vivo

É meio difícil viver como arquivo morto (Ahn)
Invadindo o parquin dos outro
Patriotas, alguns trocam vidas por patrimônio
Mas quem dera fosse em Kyoto, hein

Tamo no Braza pisando em ouro
No meio do ringue que nem Lyoto
Ignoro o tempo porque tô em outro
Toda semana é meu ano novo

Mano, representando a minha pessoa
Podia fingir que era gente boa
Se eu fosse Wagner Moura
Mas eu sou um bruxo e essa vassoura voa

Fazendo mágica boa
Não sei por quê, mas isso alivia a dor
E a dor é minha assinatura
Meu médico que falhou, meu médico que infartou

Posso pisar na Lua
Só que eu vim da rua
Cê fala o que quiser, meu mano
Isso não muda porra nenhuma

Agora é oficial
Que eu sempre falei do policial
Quem curte lavagem é porco e a sua foi cerebral
O lance de diss ficou pessoal

Eu faço outro disco pro pessoal
Até você ver que o inimigo são todos
Os caras de terno e gravata no tribunal
Você é ladrão de varal

Arma, meu pai tinha um arsenal
Com oito anos pus munição
Um anjo salvou minha vida, premonição
Então, negão

Armas são armação
Atenção aos agitadores
As almas precisam de salvação
Isso é tão lírico que eu nem preciso mais pôr refrão

Hmm, Malcolm X pelo Texas
Malcolm X pelos niggas
Pelos livros que eu tive acesso
Minha obrigação é espalhar pro resto

Mal conhecem minha magia
Choque elétrico, água viva
Tô no inferno como andante
Como Dante, como Bia
Minha caneta, minha grafia
Dente range enquanto afia

Caderneta de pôr rima
Português lá de Coimbra
Tudo pela rebeldia
Tão descendo das colinas
Se prepara, é farroupilha
Imagina na Inglaterra
A ilha afunda com a rainha

Mas se fala só em guerra
Eu espero que isso mude
Eu espero que se unam
E que saiam da caverna



Credits
Writer(s): Renato Alves Menezes Barreto
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