Mário Coveiro
O Mário Covas tinha nome de político
mas infelizmente não servia nem pra síndico.
Nessa vida ele não teve muita sorte,
só que não temia a morte
e se dava bem com a pá.
Um amigo o indicou pro cemitério,
se arrumou como se fosse ao ministério.
Chegando lá nem precisou fazer esforço,
contrataram logo o moço,
começou a trabalhar
cavando cova, cava, vela, vala, rasa, casa, cinza, osso!
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar.
Passaram anos, foi ficando experiente,
perdeu a conta enterrando tanta gente.
Até que um dia escutou no alto falante
um sujeito delirante
gritando: a cidade não pode se fechar!
Acontece que surgiu uma doença
que atacava qualquer um em sua presença.
A gente toda teve que ficar em casa
e pra afundar a terra rasa
alguém tinha que cavar
mais uma cova, cava, vela, vala, casa, rasa, cinza, osso
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar.
Passaram meses, cada um no seu quadrado,
mas esse mundo não pode ficar parado.
Foi o que disse o homem louco pelo rádio,
logo encheu a rua e o pátio
de gente indo trabalhar.
Não demorou, lotou de vez o cemitério
Luisa, Ana, Seu João, Marcos, Valério.
Tantos nomes, não sobrou nenhuma lápide,
ele anotou tudo com um lápis
pra depois continuar
cavando cova, cava, rasa, casa, vala, vela, cinza, osso
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar.
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar
A doença finalmente foi curada
depois de muita gente boa ser levada.
O homem do rádio pediu desculpas pelas covas,
Mário enxugou a sua calva
e enterrou a pá.
mas infelizmente não servia nem pra síndico.
Nessa vida ele não teve muita sorte,
só que não temia a morte
e se dava bem com a pá.
Um amigo o indicou pro cemitério,
se arrumou como se fosse ao ministério.
Chegando lá nem precisou fazer esforço,
contrataram logo o moço,
começou a trabalhar
cavando cova, cava, vela, vala, rasa, casa, cinza, osso!
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar.
Passaram anos, foi ficando experiente,
perdeu a conta enterrando tanta gente.
Até que um dia escutou no alto falante
um sujeito delirante
gritando: a cidade não pode se fechar!
Acontece que surgiu uma doença
que atacava qualquer um em sua presença.
A gente toda teve que ficar em casa
e pra afundar a terra rasa
alguém tinha que cavar
mais uma cova, cava, vela, vala, casa, rasa, cinza, osso
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar.
Passaram meses, cada um no seu quadrado,
mas esse mundo não pode ficar parado.
Foi o que disse o homem louco pelo rádio,
logo encheu a rua e o pátio
de gente indo trabalhar.
Não demorou, lotou de vez o cemitério
Luisa, Ana, Seu João, Marcos, Valério.
Tantos nomes, não sobrou nenhuma lápide,
ele anotou tudo com um lápis
pra depois continuar
cavando cova, cava, rasa, casa, vala, vela, cinza, osso
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar.
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar
Mário Coveiro bate pá o dia inteiro
enterrando velho e moço
pra depois ir descansar
A doença finalmente foi curada
depois de muita gente boa ser levada.
O homem do rádio pediu desculpas pelas covas,
Mário enxugou a sua calva
e enterrou a pá.
Credits
Writer(s): Luiz Amaro
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