Fantasmas Tem Medo do Escuro

O que eu sempre quis foi comunicar
Da maneira mais direta o sabor da minha vida
unicamente o sabor da minha vida

Acho que eu consegui fazê-lo, não desejei nem desejo
nada a mais do que viver sem tempos mortos

Parti sem expor no Louvre
Deus me livre
Cê é louco nego
Que saudade
Quando vivo, eu tomei
Dura de vários soldados
Mas não tive tempo de fazer um show sold out

Salúd!

E os mesmos que diziam
Que eu sonhava alto demais
São os que dizem hoje
Ele partiu cedo demais
Mas, não cogitaram jamais
Que sem sonhos colossais
Eu teria ido há mais
De 7 anos atrás
O sonho prolonga a vida

E depois que ela se esvai
Isso é tudo o que sobre sonho
Ainda tô no escuro, mas se eu volto pra esse mundo
Eu juro por mim mesmo que eu
Vou viver do que eu componho!

Mas voltar por quê?
Notas?
Pra fazerem comigo o mesmo
Que fizeram ao Sabota?

Deixa que eu me mato
Me recuso a morrer por desacato
Enforcado na mão branca
De um bota

Eles gostavam
De me ver rimar
Gostavam mais um pouco
De me ver vencer
Mas gostavam muito mais
De me ver apanhar
Ensinei a gostarem
De me ver reagir

Fui Abu e César
Simultaneamente
Macaco de circo e
Líder que liberta mentes
Saudades de ser inspiração
Pra quem me inspira
E ter a sensibilidade de conseguir
Senti quem me sente

Saudade de ser afogado
Em meio a malícia
E depois curado
Por uma criança sorridente
Saudade dos meus amigos rindo
Sem motivo, na varanda
Após RPG em qualquer
Tarde quente
Sinto saudade de tudo
Nesse mundo imundo

Mas falta eu só sinto dela
E isso é tão deprimente
O nosso lance era
Igualitário e agressivo
Do tipo que racha o motel
Nos dois sentidos

Se é que cê me entende



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