Quatro Paredes Sólidas

Deixa derramar
Da sua boca
Erguer meu peito
No seu abrigo
Roçar suas pernas
Num só enlaço
Tragar seu cheiro
Pro meu delírio

Parar o tempo
No seu sorriso
Roubar seus braços
Pro meu descanso
Descer por ondas
No pensamento
Atar seu gozo
Na minha loucura

E fatigar
O que é lamento
Recuar por ruas
Num movimento
Içar sua ira
Com um beijo leve
Tocar seus olhos
Num instrumento

Fazer seu porto
Meu continente
Do lado oposto
Da dor que inflama
Mover montanhas
Num sopro quente
Na sua cama
Seu aparato

No seu cinema
Ser seu poema
Sua majestosa
Arquitetura
A gota d'água
No seu silêncio
O seu estame
Na mata escura

Ser seu sossego
Ser sua bagunça
Sua relíquia
Ser sua repulsa
O seu começo
Seu fim de linha
Ser quem te fere
Ser quem te guia



Credits
Writer(s): Bruno Capinan
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