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A morte de um homem negro durante uma ação policial
Reacendeu o debate sobre as suspeitas de racismo
E abuso por parte da polícia
Na véspera do dia da Consciência Negra
O Brasil viu cenas que lembraram o assassinato
De George Floyd nos Estados Unidos
A morte brutal foi registrada por câmeras de segurança
George Floyd respondia que não conseguia respirar
Quem viu a ação...

Já fui discriminado por torrar um baseado
E quantas vezes eu tomei enquadro voltando do trampo
Não acho certo os políticos do congresso
Pondo dinheiro no reto, fazendo o povo de tonto

Já fui chamado de vagabundo safado
Sendo que só foi achado na bolsa a minha marmita
Pago sua arma, sua farda e seu salário
Não fale que eu sou folgado, foda-se, ô seu polícia

Eu não respeito quem destrata cidadão
Não é nossa opção nascer num bairro de pobre
Só não entendo porque aqui tem operação
Fecha vários camburão e enquadra até quem não se envolve
Enquanto isso no bairro que tem os bacana
Eles só fazem a segurança e nem põe a mão no revólver

É o preconceito que vemos a cada dia
Eles respeita quem desvia dinheiro dos nossos cofres
(É o preconceito que vemos a cada dia)
(Eles respeita quem desvia dinheiro dos nossos cofres)

E hoje eu visto preto por dentro e por fora
Eu tô sempre de luto com a morte dos meus
Irmãos de cor são irmãos de batalha
É 2020 e cê ainda não entendeu

Hoje as senzalas são vários barracos
Em que a esperança nunca apareceu
Onde o que nos abala são homens de farda
Com armas que acham que são Deus

Portando algema, antes foram correntes
De cassetete que antes foi chicote
No giroflex tem a cor do sangue
Nos uniformes tem cheiro de morte

Eis a ironia, é que antes foi barco
Mas hoje é a barca o que assusta os que vem
Da margem da sociedade onde julgam
E matam só pela cor que a gente tem

Olhando alto do fundo do poço
Sonhando baixo sem forças eu torço
Pra que uma nova saída
A luz áurea nos tire daqui

Porque a mentira da antiga Lei Áurea
Só serviu pra fingir que estamos livres
E agora eu vejo o seu plano maligno
Foi iludir pra depois oprimir, rá

Nas nossas veias tem pulsado o ódio
Ao meu redor eu só vejo a revolta
Fingem que acabaram com o preconceito
E se eu me sinto assim diz que é coisa de preto

Tomaram todos os postos do pódio
Trazem na mente o passado de volta
Me olharam torto, bateram no peito
E esses olhares nos matam por dentro

Entre o luto e a luta o caminho a trilhar
É manter sempre a busca
De algo melhor, um lugar pra viver
Sem ter que conviver com toda essa disputa

É o preconceito que vemos a cada dia
Eles respeita quem desvia dinheiro dos nossos cofres
É o preconceito que vemos a cada dia
Eles respeita quem desvia dinheiro dos nossos cofres



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