Recanto Obscuro de uma Existência
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Palco de guerra, miséria, o medo impera
O resumo submisso onde não existe regras
Habitado por um povo que tira de letra
Com muito orgulho, eu sou um filho da periferia, não se esqueça
Aqui os privilégios sempre foram limitados
Simplicidade é o dilema a qual fui educado
Aos poucos vou compreendendo a ideologia
Incentivo ocultado, aprendizado escasso
A moradia é sem luxo, a casa é bem humilde
O rapaz é abalado com o divórcio dos seus pais
E como herança, a família o desejava um berço hereditário
Chamado honestidade, mas pelo contrário
Os sonhos de se destacar na vida predominava
Não era simples ambição, era necessidade
Dinheiro, carro e uma bela casa
Status financeiro, respeitados na comunidade
Gírias de ladrão, mano, tretas do mundão
Proceder malicioso já frequentava a função
Não tinha tempo nem cabeça pra escola
O pensamento paga-pau do mal
E muita pretensão
É foda!
O bê-a-bá do crime e as leis do cão
Lição da rua, um sistema intransigente
Praticamente iniciava sua auto-destruição
Um passaporte para o inferno
Eu vi o seu começo, eu me lembro desta época
Derivados de tal moda, boné e bicicleta
Altas motos na sequencia, profissional eficiente
1-5-5, 1-5-7, enquadro competente
Apetitoso, não subestimava
Queria ser o mais periculoso da quebrada
Tantos pecados a serem pagos
Tamanha penitência
Recanto obscuro de uma existência
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Durante muito tempo problemas rotineiros
A polícia no encalço, já não tinha mais sossego
Um PM lá da área era seu espinho
O desafio, a crocodilagem no caminho
De certa forma, se tornava um alvo imobilizado
Na cabreragem um refúgio intocado
Na malandragem uma entrada comemorativa
Infelizmente um labirinto sem saída
Por vingança se tornou um homicida
Não suportou a ver seu mano ser covardemente assassinado
Justiça feita, dedo assentado
Mas no desfecho descobriu que era capaz de matar
Eu tô ligado, e mataria novamente se fosse preciso
Bicho solto, instinto de matador
Encomendou a sua alma e não se arrependia disso
Sangue frio, sem remorso, paga-pau do horror
Inicia a sua vida criminal
A sombra da maldade a curto prazo pode ser fatal
E não temia o versículo mais conhecido
Quem fere com ferro, com ferro será ferido
Pela primeira vez encarcerou na detenção
Alguns meses na Febem, que perrê, hã
O ódio alimentava sua ilusão
Não se arrependeu de seus pecados
Por outro lado
Quando sua liberdade foi cantada
A ganância já o controlava
É tudo ou nada!
Suas palavras francamente me espantavam
Conselhos positivos não adiantavam
Foi aí que se entrutou, se afundou na ignorância
Comércio ilegal, falsa esperança, é
O tráfico de drogas realizaria os sonhos de criança
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Sucessão de dias, meses, reimita-se o cenário
Destaque no comércio, fazia o mó sucesso
A freguesia, aglomeração de usuários
Hã, dia e noite o consumo é fora do sério
Fundo do poço, viciados na destruição
A consciência tá tranquila, mano sangue bom!
Periferia, o baralho ponto a cima
O crack é o rei, a cocaína é a rainha
Adivinha, queria pouco mas era ambicioso
Não se contentava com o que já tinha, eu via
Nos seus olhos refletia um brilho insaciável
Insatisfeito a permanência inevitável
Viver a vida inteira atrás de correria
Facilmente a previsão de um destino perturbado
Limitado, escravo de uma teoria irredutível
Seu pensamento já estava irreconhecível
Em pouco tempo o mano já tava montado
Ele fez a sua cara, andava bem armado
Grosso calibre, automática e matraca aliados
Por todo lado considerado
Muito dinheiro o ano inteiro, vejam só
Os seus bens conquistados as custa de casqueiros
Talvez ousado a subestimar a competição
Uma pá de cara crescia o olho então
Entrou em guerra com a concorrência, com várias bocadas
Queria mesmo o total domínio da quebrada
Várias rajadas na mira do inimigo
Não, não há saída desse labirinto
Estava escrito
Quem tá dentro não sai, e um dia a casa cai
Te digo mais por ferro em brasa, a hora da verdade
No pé da letra a culpabilidade ou inocência
Recanto obscuro de uma existência
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Recanto obscuro, liberdade contestada
Quem me garante a existência prolongada?
Futuro inseguro que irá acontecer
Preceito principal, a lei do cão
Matar pra não morrer
Trocou bala com espinho, eu sei que é embaçado
Não foi ao chão, alvo mal direcionado
PM escamoso acendeu pesando a sua recompensa
Vivo ou morto, milicianos a procura
Desnorteado, desorientado
Um pensamento tão confuso
Indeciso, coragem e medo
Resumo de uma vida sem sossego
O crime financia o seu sonho
Depois cobra um alto preço
Ele ligou numa qual foi a razão
Me diga
Se estava em ascensão nada justifica aí
Tempo esgotado teoria irrevogável
Segundos que não voltam, foi precipitado
Tempra tomado de assalto, viaturas acionadas
Enquadro inevitável, a fuga já tá dominada
GPPE a sigla cerco para todo lado
Tribunal fatal, já tô ligado
Depoimento a mídia
A polícia alega auto-defesa
Pretexto, julgado e condenado ali mesmo
Sem testemunho, a crocodilagem
Revolta a zona norte
É sentenciado a pena de morte
Infelizmente extrema face de um sistema injusto
No peito eu sinto um ódio, eu vejo a função de luto
Família destruída, exemplo de um final maldito
Não estou surpreso, é rotineiro, é queima de arquivo
Que sirva de lição aos que restaram
Impunidade, fatalidade, dramaticidade
Mas Deus é testemunho, é juiz desse processo
É a ele que eu peço justiça
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
O sistema do crime financia seus sonhos
Depois cobra um alto preço
Por isso que é só a Deus que eu peço justiça
E a mais ninguém
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Palco de guerra, miséria, o medo impera
O resumo submisso onde não existe regras
Habitado por um povo que tira de letra
Com muito orgulho, eu sou um filho da periferia, não se esqueça
Aqui os privilégios sempre foram limitados
Simplicidade é o dilema a qual fui educado
Aos poucos vou compreendendo a ideologia
Incentivo ocultado, aprendizado escasso
A moradia é sem luxo, a casa é bem humilde
O rapaz é abalado com o divórcio dos seus pais
E como herança, a família o desejava um berço hereditário
Chamado honestidade, mas pelo contrário
Os sonhos de se destacar na vida predominava
Não era simples ambição, era necessidade
Dinheiro, carro e uma bela casa
Status financeiro, respeitados na comunidade
Gírias de ladrão, mano, tretas do mundão
Proceder malicioso já frequentava a função
Não tinha tempo nem cabeça pra escola
O pensamento paga-pau do mal
E muita pretensão
É foda!
O bê-a-bá do crime e as leis do cão
Lição da rua, um sistema intransigente
Praticamente iniciava sua auto-destruição
Um passaporte para o inferno
Eu vi o seu começo, eu me lembro desta época
Derivados de tal moda, boné e bicicleta
Altas motos na sequencia, profissional eficiente
1-5-5, 1-5-7, enquadro competente
Apetitoso, não subestimava
Queria ser o mais periculoso da quebrada
Tantos pecados a serem pagos
Tamanha penitência
Recanto obscuro de uma existência
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Durante muito tempo problemas rotineiros
A polícia no encalço, já não tinha mais sossego
Um PM lá da área era seu espinho
O desafio, a crocodilagem no caminho
De certa forma, se tornava um alvo imobilizado
Na cabreragem um refúgio intocado
Na malandragem uma entrada comemorativa
Infelizmente um labirinto sem saída
Por vingança se tornou um homicida
Não suportou a ver seu mano ser covardemente assassinado
Justiça feita, dedo assentado
Mas no desfecho descobriu que era capaz de matar
Eu tô ligado, e mataria novamente se fosse preciso
Bicho solto, instinto de matador
Encomendou a sua alma e não se arrependia disso
Sangue frio, sem remorso, paga-pau do horror
Inicia a sua vida criminal
A sombra da maldade a curto prazo pode ser fatal
E não temia o versículo mais conhecido
Quem fere com ferro, com ferro será ferido
Pela primeira vez encarcerou na detenção
Alguns meses na Febem, que perrê, hã
O ódio alimentava sua ilusão
Não se arrependeu de seus pecados
Por outro lado
Quando sua liberdade foi cantada
A ganância já o controlava
É tudo ou nada!
Suas palavras francamente me espantavam
Conselhos positivos não adiantavam
Foi aí que se entrutou, se afundou na ignorância
Comércio ilegal, falsa esperança, é
O tráfico de drogas realizaria os sonhos de criança
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Sucessão de dias, meses, reimita-se o cenário
Destaque no comércio, fazia o mó sucesso
A freguesia, aglomeração de usuários
Hã, dia e noite o consumo é fora do sério
Fundo do poço, viciados na destruição
A consciência tá tranquila, mano sangue bom!
Periferia, o baralho ponto a cima
O crack é o rei, a cocaína é a rainha
Adivinha, queria pouco mas era ambicioso
Não se contentava com o que já tinha, eu via
Nos seus olhos refletia um brilho insaciável
Insatisfeito a permanência inevitável
Viver a vida inteira atrás de correria
Facilmente a previsão de um destino perturbado
Limitado, escravo de uma teoria irredutível
Seu pensamento já estava irreconhecível
Em pouco tempo o mano já tava montado
Ele fez a sua cara, andava bem armado
Grosso calibre, automática e matraca aliados
Por todo lado considerado
Muito dinheiro o ano inteiro, vejam só
Os seus bens conquistados as custa de casqueiros
Talvez ousado a subestimar a competição
Uma pá de cara crescia o olho então
Entrou em guerra com a concorrência, com várias bocadas
Queria mesmo o total domínio da quebrada
Várias rajadas na mira do inimigo
Não, não há saída desse labirinto
Estava escrito
Quem tá dentro não sai, e um dia a casa cai
Te digo mais por ferro em brasa, a hora da verdade
No pé da letra a culpabilidade ou inocência
Recanto obscuro de uma existência
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
Recanto obscuro, liberdade contestada
Quem me garante a existência prolongada?
Futuro inseguro que irá acontecer
Preceito principal, a lei do cão
Matar pra não morrer
Trocou bala com espinho, eu sei que é embaçado
Não foi ao chão, alvo mal direcionado
PM escamoso acendeu pesando a sua recompensa
Vivo ou morto, milicianos a procura
Desnorteado, desorientado
Um pensamento tão confuso
Indeciso, coragem e medo
Resumo de uma vida sem sossego
O crime financia o seu sonho
Depois cobra um alto preço
Ele ligou numa qual foi a razão
Me diga
Se estava em ascensão nada justifica aí
Tempo esgotado teoria irrevogável
Segundos que não voltam, foi precipitado
Tempra tomado de assalto, viaturas acionadas
Enquadro inevitável, a fuga já tá dominada
GPPE a sigla cerco para todo lado
Tribunal fatal, já tô ligado
Depoimento a mídia
A polícia alega auto-defesa
Pretexto, julgado e condenado ali mesmo
Sem testemunho, a crocodilagem
Revolta a zona norte
É sentenciado a pena de morte
Infelizmente extrema face de um sistema injusto
No peito eu sinto um ódio, eu vejo a função de luto
Família destruída, exemplo de um final maldito
Não estou surpreso, é rotineiro, é queima de arquivo
Que sirva de lição aos que restaram
Impunidade, fatalidade, dramaticidade
Mas Deus é testemunho, é juiz desse processo
É a ele que eu peço justiça
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz, esteja em paz
Esteja em paz aonde estiver
Esteja em paz
O sistema do crime financia seus sonhos
Depois cobra um alto preço
Por isso que é só a Deus que eu peço justiça
E a mais ninguém
Credits
Writer(s): Daher Chagas Mittelstaedt
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