Pagando Patos

Quando eu vinha do mato
O pato me pegou
Ele abriu o seu bico
E disse: Salvador

Não sabia o que era
E quis lhe perguntar
Que cidade era aquela
De pedaço de mar

E o pato, ele mesmo me falou
Cidade Baixa, Alta, da Pituba ao meu Senhor

Meu Senhor do Bonfim
Faz a fé aí pra mim
Vou deixar de perdidos
Levar meus pedidos
Em fitas sem fim

Meu Senhor do Bonfim
Faz a fé aí pra mim
Vou deixar de perdidos
Levar meus pedidos
Em fitas sem fim

E aí que o pato veio me contar
Que a desigualdade toma conta do lugar

Mas eu saí do mato
Indo pra Salvador
Vi a Praça da Sé
O Olodum no Pelô

O Largo 2 de Julho
Me joguei na Gamboa
Cheguei em Itapuã
Na beira da Lagoa

E aí o pato veio me cobrar
Diz que pela alegria a gente tem que lhe pagar

E a gente já paga
Até muito imposto
Todas contas do mês
Pouco vintém no bolso

Tanta mulher morrendo
Pandemia é normal
Só pobre na cadeia
Criança no sinal

E aí foi que o pato me contou
Chacina no Cabula, em Jaguaribe, meu Senhor

Meu Senhor do Bonfim
Traz a fé aí pra mim
Porque a gente é forte
E com um pouco de sorte
O futuro há de vir

Meu Senhor do Bonfim
Traz a fé aí pra mim
Porque a gente é forte
E com um pouco de sorte
O futuro há de vir

Há de vir, ô, há de vir
Há de vir, ô, há de vir
Há de vir, há de vir, ô
Há de vir, meu Senhor do Bonfim



Credits
Writer(s): Felipe Guedes, Karol Freitas
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