Lapso

Há alguns anos eu podia acreditar, num caminho que era exato
Pra eu conseguir me moldar nesse lugar, que é puro abstrato
Num lapso muito inteligente, inconsciente, paradoxo existencial
Meus véus se derramaram ao chão, costurando minha nova canção

De vida
Laiá
De vida
Laiá

As vezes pra uma coisa existir, outra vai ter que deixar de seguir
São duas portas, três janelas que se abrem
Pra outra casa inteiramente ruir
Tem muito amor e muita dor no mesmo canto
Numa gaveta cheia de sorriso e pranto
E com o passar dos anos vai surgindo espaço
Mas apertada eu vou sendo pelo lapso

De vida
De vida a de vida
De vida
Laiá
De vida
De vida a de vida
De vida
Laiá

É um abstrato que tem cor, forma, som, movimento,
trajeto, ida e vinda mas que não tem explicação.
É de infinita, variada, única interpretação
E assim, sigo caminhando,
tentando transpassar isso que aqui dentro, ar.
A dor bonita e sofrida que é, acessar sem programar,
tudo que de bom e ruim em mim, por ora, pareça estar.



Credits
Writer(s): Manu Testa
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