Daninha do Largo

Sou preta, mãe-solteira, nordestina
E ainda trago no lombo a dura sina
De olhos atentos supondo
Supondo o que se passa na minha vagina

Julgada, questionada desde menina
Sobre as vestes, a fala, melanina
Caminho torta, um pedaço fica em cada esquina
E me recomponho feito rabo de lagartixa

Sei o que sou
Mas não entendo o desconforto que causo
Eu sei o que sou
Mas se afronta ter sorriso nos lábios

Sou a daninha do largo
E como toda vulva, a minha pulsa
Mas não sou puta
E se fosse?

Sou preta, mãe-solteira, nordestina
A vida é minha, segue a tua
Zere a culpa que a perturba



Credits
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link