Destroços

Me disseram uma vez que o poder é o sangue da vida
Que algo mais ou a menos não faria diferença
Entre o caos e a bondade, prefiro morrer tranquilo
Mas não vou partir em paz
Porque ainda matam pela crença
Nada justifica o ser humano venerar o ódio
Disfarçam e passam pano
Diz que não é preconceito
Marcham com armas nas mãos
E não sabem pra quem apontam
Tudo em prol de construir ego pra um falso conceito
E vemos pelas ruas
O sangue conta o sangue
Irmão contra irmão
Policia contra gangue
Eles deixam o país inteiro repleto de morte
E com fome e miséria ainda pedem pra eu ser forte
Força não é o caminho mas não gosto de fraqueza
Guarnição é ideologia
Resistência é sobremesa
Vou lutar como Leônidas e amar como Jesus
Na mão caneta e microfone pra não carregar mais cruz
Pé no chão, firme e forte
Enfrentando cada fato
Hoje os pais criam seus filhos pra tirá-los do buraco
Destrói a sua essência e a alma se corrompe
Entrou e pagou a passagem mas não sabe nem pra onde
As mãos e as caras sujas com sangue inocente
É desumano e nojento ver gente matando gente
Cada degrau da escada mais um tenta derrubar
Tira o branco do trono é hora de um preto reinar
O que faz com um país que não sabe eleger um líder?
Eles têm medo de um Obama
E nós medo de um Hitler
Sonhar muito em ser herói
Só que vive como um Jão
O inferno no Brasil está em formato de avião
Cada dia que passa é faca na democracia
Divide esse capital então se aplica a mais-valia
Mas não vale nada
Um preto de quebrada
Polícia para, acha maconha
E o tráfico nem se abala
Se fingem de cego e menos disso não espero
O mundo é Roma pegando fogo e vocês imperador Nero

Mais que um povo
Mais que um jogo
Mais que um refém que busca redenção
Tem muito sangue nesse caminho
Ainda ando sob os destroços no chão

O filho chora e a mãe não vê
O filho mente e o pai não sente
Escroto tenta entender a diferença entre ser livre e indecente
Já tem tudo e ainda quer mais
Insatisfeito e privilegiado
Se o mundo vivesse só de paz
O papa não andava de carro blindado
Usam camisa larga e falam que são do gueto
Ainda tatuam Sabotage pra se sentir mais preto
A cada esquina vejo mais decepção
Nunca foi egocentrismo ser minha maior inspiração
E como nas cartas
Que se perdem no baralho
Todos ficamos perdidos pois o sistema é falho
Mas toda vez que eu for desafiado
Matarei todo meu medo mostrando meu melhor lado
Tu era CDF agora tem PHD
Eu sou um mero favelado que curte THC
A vida me ensina muita coisa afinal
Ficarei imune de tudo o que me causa mal
Eu atesto o meu óbito
Faço meu prontuário
Até marco o funeral na data do meu calendário
Do meu irmão mais novo eles não vão nem chegar perto
Mas que jeito que o protejo se o futuro é incerto?
O certo é crescer com opinião
Sonhar alto e voar baixo pra não ter mais frustração
Ódio, amor
Os dois me causam dor
Só porquê tu é Messias acha que é o salvador?
Se o sonho é utópico
Real é milagroso
Vocês de novo trocam o certo pelo duvidoso
Hipocrisia reina aqui e vocês sabem que é verdade
Gostam de pregar o bem mas não praticam a bondade

Mais que um povo
Mais que um jogo
Mais que um refém que busca redenção
Tem muito sangue nesse caminho
Ainda ando sob os destroços no chão
Mais que um povo
Mais que um jogo
Mais que um refém que busca redenção
Tem muito sangue nesse caminho
Ainda ando sob os destroços no chão



Credits
Writer(s): Darius Mc
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link