Corpos Celestes

"A enciclopédia galáctica, no capítulo sobre o amor
Diz que ele é muito complicado de definir
Evite, se for possível"

E o menino crescia, e, com ele, suas vontades
Seu velho telescópio já não era o bastante
Precisava estar lá, sentir a gravidade
Fazer o que ninguém jamais havia feito antes
Futuro decidido de repente
Sem medo de altura, agora, um homem num foguete
Sozinho, longe de casa
Vendo em suas mãos
O sonho se transformar em poeira cósmica

Pessoas são como as estrelas
Vislumbramos o brilho e queremos tê-las
Projetamos nossos desejos
Até que uma nova aconteça
Pessoas são como as estrelas
Vislumbramos o brilho e queremos tê-las
Mas o tempo é relativo
Às vezes o que vemos são lembranças apenas

E a menina temia que isso não fosse verdade
Não entendia a ausência toda noite
O calor daquele corpo não era exclusividade
E a falta de cautela lhe causou um câncer
Agora, de óculos escuros pra não cegar os olhos
Esconde as marcas da desilusão na pele frágil
Sozinha, de volta ao seu esconderijo
Onde as sombras aguardavam (a guardavam)

Pessoas são como o sol
A mesma energia usada pro bem também é usada pro mal
Mantenha uma distância segura
Se proteja mesmo no próprio quintal
Pessoas são como o sol
A mesma energia usada pro bem também é usada pro mal
Cuidado com a exposição excessiva
O contato é fatal

E o velho esperava um dia conhecê-la
Há muito tempo sua única companheira
Por tudo isso e os rascunhos no caderno
Poder, então, agradecê-la
Ouviu boatos sobre alguém que conviveu com ela
Após ter perdido uma estrela
Ansiou encontrá-lo, saber detalhes
Mas morreu antes que se decepcionasse

Pessoas são como a lua
Se mostram grandiosas pra serem admiradas
Mas também são frias e vazias
Quando desmistificadas
Pessoas são como a lua
Se mostram grandiosas pra serem admiradas
Fases e faces
Ocultando lados e seduzindo sem luz própria



Credits
Writer(s): Tiago Messias
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