Tupperware

Desço a rua e tou na Almirante Reis
Palmilho-a com o sol na cara
O cheiro a ganza e a kebab no ar
E eu a sentir-me mais um vegetal
Museu de domingo até à uma
Só espero ainda chegar a tempo
A rotina tão planeada
E mesmo assim saí-me tudo mal

Meto a bucha e o livro no saco
E vou pró trabalho manhã cedo
Tento habituar-me à ideia
Que ter sucesso é um contrassenso
E vou andando a correr
Na minha vida de tupperware
Frigorifico e micro-ondas
Talvez seja tudo o que mereço

Três e meio à hora e assinei de cruz
Nunca mais tens um fim-de-semana
Primeiro queixei-me durante um bocado
Depois amochei como toda a gente
Escrevo poemas em horário laboral
Assim se combate o capitalismo
É uma no cravo e outra na escravatura
Mas 25 de abril sempre
Mas 25 de abril sempre

Meto a bucha e o livro no saco
E vou pró trabalho manhã cedo
Tento habituar-me à ideia
Que ter sucesso é um contrassenso
E vou andando a correr
Na minha vida de tupperware
Frigorifico e micro-ondas
Talvez seja tudo o que mereço
Talvez seja tudo o que mereço
Talvez seja tudo o que mereço
Talvez seja tudo o que mereço
Talvez seja tudo o que mereço



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