Avôhai - Remix

Avôhai...

Avôhai...

Um velho cruza a soleira
De botas longas, de barbas longas
De ouro, o brilho do seu colar
Na laje fria onde quarava
Sua camisa e seu alforje de caçador

Ôh, meu velho e invisível
Avôhai
Ôh, meu velho e indivisível
Avôhai

Neblina turva e brilhante, em meu cérebro, coágulos de sol
Amanita matutina, e que transparente cortina ao meu redor
E se eu disser que é mei' sabido, você diz que é mei' pior
E pior do que planeta quando perde o girassol

É o terço de brilhante nos dedos de minha vó
E nunca mais eu tive medo da porteira
Nem também da companheira
Que nunca dormia só

Avôhai, avô e pai
Avôhai

O brejo cruza a poeira
De fato existe um tom mais leve
Na palidez desse pessoal
Pares de olhos tão profundos
Que amargam as pessoas que fitar

Mas que bebem sua vida
Sua alma, na altura que mandar
São os olhos, são as asas
Cabelos de avôhai

Na pedra de turmalina e no terreiro da usina, eu me criei
Voava de madrugada e na cratera condenada, eu me calei
Se eu calei foi de tristeza, você cala por calar
E calado vai ficando, só fala quando eu mandar

Rebuscando a consciência com medo de viajar
Até o meio da cabeça do cometa
Girando na carrapeta
No jogo de improvisar

Entrecortando, eu sigo dentro a linha reta
Eu tenho a palavra certa
Pra doutor não reclamar

Ôh, meu velho e invisível
Avôhai
Ôh, meu velho e indivisível
Avôhai

Ôh, meu velho e invisível
Avôhai
Ôh, meu velho e indivisível
Avôhai

Ôh, meu velho e invisível
Avôhai
Ôh, meu velho e indivisível
Avôhai

Ôh, meu velho e invisível
Avôhai
Ôh, meu velho e indivisível
Avôhai

Avôhai...



Credits
Writer(s): Jose Ramalho Neto
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