71 Fragmentos do Acaso

Me abraço, pois não há quem faça um gesto tão íntimo de passar calma
Quero ler teus lábios, mas estás de máscara
Não quero teus olhos, eu quero palavras
Estou solitário, isso nunca muda
Não te surpreendo com tudo que faço
Morro sempre que levanto cedo em casa
É tão previsível, sem graça
Olhe os meus pulsos cauterizados
Sintomas do que eu degladio
Ler a mente de quem não pensa é uma tarefa quase impossível
Logo silencio, não me comunico
Eu queria não precisar falar
Explicar meus sonhos é perda de tempo
Soa tão patético, ridículo
Minhas mãos estão furadas
O meu sangue escorre e eu não estanco
Logo regenero e recomeço
Pois eu nunca seco, eu nunca descanso
Eu nunca respondo, mas é só por medo
Desconfiança, me sinto tão fraco
Nas profundidades eu me escondo
Fujo do espelho, não me vejo há anos
Fome abissal, só não sei do quê
Nem quero saber, me conformo assim
Me preocupa aquilo que já conheço
Tudo que restar depois compreendo
Não carrego muito, só o que preciso
Queimo tudo antes e vou embora
Passo dias longe, só demoro quando não encontro o caminho de volta
Já tem um bom tempo que eu tô viajando
Mas sem passaporte, arquiteto planos
Já me senti só, hoje nem estranho
Me acostumei, hoje colho ganhos
Filmes que assisto, outros que eu faço
Metade apago, o resto sugiro por meio das letras que eu publico
Sei que morrerei sendo esquecido
Infinito, divino
Transmuto, purifico
Esquivo, medito
Bonsai, equilíbrio
Cigarros, isqueiro
Deitado, jazia
Silêncio, Nikov
Fragmentos, apatia



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