O Sino
"Dentro de cada pessoa existe um sino.
É um sino leve. adormecido.
É um sino quase inerte.
O silêncio desse sino tem amedrontado gente por todo lugar.
Afronta impiedosamente todos aqueles não sabem de sua existência.
Muitos homens vão passar a vida inteira assim, desconhecendo.
Outros vão acreditar que o sino é apenas uma fábula.
Gente de toda natureza, com toda ciência,
Gente enterrada nas impossibilidades.
Sei dessa existência porque eu poderia ser uma dessas pessoas.
Céticas.
Mas foi num determinado dia, jogado no mundo,
Fazendo qualquer coisa pra ver a vida de perto,
Que sucumbi a sua aparição.
Tinha as pernas cansadas de terrenos, os ombros pesados do esforço
E tudo desajeitado de sentido.
Foi nesse desjeito que cheguei num alto de montanha
Lá em cima, uma luz deitada no horizonte.
Alguns poucos pios de bicho.
O hiato do vento, ora forte, ora lento.
E quando o sopro voltou outra vez senti
Qualquer coisa balançar dentro de mim.
Eu quis primeiro gritar alguma coisa.
Depois olhar tudo que já via, relendo, revendo,
Refazendo centímetro a centímetro,
Precisando de alguma certeza.
Toquei a pedra dura e fria embaixo da minha bota, ela estava quente
Eu escutei então pela primeira vez.
Um som entre as vísceras e a garganta.
Veio derrubando nas minhas costelas
Todos aqueles metros caminhados.
Fazendo pó das tristezas que me assombravam.
Fazendo tudo que era pesado miúdo, menor.
E o sino soava e eu cria. Criatura que era, tomada de vida
Desde que escutei o sino eu volto incessantemente a montanha.
Apresso-me em me perder nessas idas e vindas.
Sei cada vez menos sobre as coisas da vida.
Ato-me ao possível inesperado.
Minha trajetória é a entrega. Estar por inteiro no que sinto.
Deixo-me ecoar inevitável pelo mundo.
Deixo ecoar por dentr'alma o som do sino."
É um sino leve. adormecido.
É um sino quase inerte.
O silêncio desse sino tem amedrontado gente por todo lugar.
Afronta impiedosamente todos aqueles não sabem de sua existência.
Muitos homens vão passar a vida inteira assim, desconhecendo.
Outros vão acreditar que o sino é apenas uma fábula.
Gente de toda natureza, com toda ciência,
Gente enterrada nas impossibilidades.
Sei dessa existência porque eu poderia ser uma dessas pessoas.
Céticas.
Mas foi num determinado dia, jogado no mundo,
Fazendo qualquer coisa pra ver a vida de perto,
Que sucumbi a sua aparição.
Tinha as pernas cansadas de terrenos, os ombros pesados do esforço
E tudo desajeitado de sentido.
Foi nesse desjeito que cheguei num alto de montanha
Lá em cima, uma luz deitada no horizonte.
Alguns poucos pios de bicho.
O hiato do vento, ora forte, ora lento.
E quando o sopro voltou outra vez senti
Qualquer coisa balançar dentro de mim.
Eu quis primeiro gritar alguma coisa.
Depois olhar tudo que já via, relendo, revendo,
Refazendo centímetro a centímetro,
Precisando de alguma certeza.
Toquei a pedra dura e fria embaixo da minha bota, ela estava quente
Eu escutei então pela primeira vez.
Um som entre as vísceras e a garganta.
Veio derrubando nas minhas costelas
Todos aqueles metros caminhados.
Fazendo pó das tristezas que me assombravam.
Fazendo tudo que era pesado miúdo, menor.
E o sino soava e eu cria. Criatura que era, tomada de vida
Desde que escutei o sino eu volto incessantemente a montanha.
Apresso-me em me perder nessas idas e vindas.
Sei cada vez menos sobre as coisas da vida.
Ato-me ao possível inesperado.
Minha trajetória é a entrega. Estar por inteiro no que sinto.
Deixo-me ecoar inevitável pelo mundo.
Deixo ecoar por dentr'alma o som do sino."
Credits
Writer(s): Bernardo Erwin Puhler Resende
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