Devir

O que a tramela não segura
Vaza a rachadura do concreto
No vazio indiscreto entre as treliças
Não mexe as dobradiças
Atravessa a fechadura

A poeira da memória flutua
Por debaixo do tapete
Degrau a degrau
Penetra o frio metal torcido
Entre as veias das paredes

Futuros, passados em avento
Entortam o tempo
A malha que envolve as peças
No cuidado com as taças

Baixos espelhos são frestas
Engolem os fatos, cospem os restos
O suco díspar das arestas
Traçadas sobre as pedras

Os rastros desses traços
Costuram a carne
Entrelaços rente ao mármore
Refratam pelos vidros
Vertem os passos



Credits
Writer(s): Bárbara Christófalo, Pedro Constantino
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