Preta

Preta, que não resiste a cafuné
Tu tens gosto de café em fim de tarde
E de tão quente tu arde,
Tu arde em mim

As cores dos teus olhos escorrem
Pelos dedos de tua mão que colorem
A nuvem agrestina na cor de um algodão doce
Doce é teu beijo e tua voz
Mesmo que fale palavrão

Quero me queimar em teu pôr do sol
E mergulhar no azul do teu céu
Quero me deitar em teu horizonte
E percorrer teus vales e montes

Preta, és xêro na nuca que arrepia
É tu quem transforma noite fria em noite quente
É tu que mata minha sede
É teu abraço o meu balanço de rede

És onda do mar e o próprio mar
Profundo segredo de imersos tesouros
Cujo resquício de ouro vejo em teu olho cintilar
És sonho vivo de um sono gostoso
que durmo após acordar

Quero me queimar em teu pôr do sol
E mergulhar no azul do teu céu
Quero me deitar em teu horizonte
E percorrer teus vales e montes

Que tua pele me cubra quando estiver frio
E quando estiver quente, serei a causa do teu arrepio.

Seja azul, quando eu for fim de tarde
E a esperança quando eu for sol nascente.
E em teu meio-dia serei sombra de árvore
E quando te faltar luz, serei estrela em ti cadente.

Seja vento, quando eu for onda
Seja mar, quando a água for salgada
Serei doce quando houver nuvem
Seremos tudo quando tivermos nada

Quero me queimar em teu pôr do sol
E mergulhar no azul do teu céu
Quero me deitar em teu horizonte
E percorrer teus vales e montes
Preta...



Credits
Writer(s): Gael Vila Nova
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