Meados de 2014

Lá vem o rapaz superestimado
Com agravante no bolso subindo o bairro alto
Anda sempre cheio de si, com a revolta natural
Justificando frieza como proposta espiritual
Quando ninguém te entende
E cê também não faz questão
De entender outras pessoas
Além de sua compreensão
E quantos jovens não
Se encaixam nesse perfil?
Pela cor ou pela classe
Guarda-chuva vira fuzil
Sempre tirado de louco
Nunca selecionado
Entrevistas e conversas
Com o mesmo resultado
Quem é seu pai? Qual sobrenome?
O que cê faz? Quem é você?
Por que escolheu uma coisa
E outra decidiu fazer?
É muita informação
Para um cara de uns 21 anos
Quando ainda não
Se discutia redução de danos
Então nós fomos, compomos
Somos o que somos
Vivemos como queremos
Trabalhamos com sonhos
Ainda bem que o tempo passa
Ainda bem que amadurece
E o que não é mais saudável
Um dia cai e apodrece
Suficiente para saber
Minha opinião é a dúvida
Contra as falsas soberanias
Se entregar é morte súbita
Vão-se as mãos, ficam as preces
Todas as conexões
Sob a forma de mantras
Ou em pequenas ações
Se não curte um groove
Boa pessoa não é
Se não é ruim da cabeça
Então é doente do pé
Se não curte um groove
Boa pessoa não é
Se não é ruim da cabeça
Então é doente do pé
Vivendo o micro e o macro
De um mundo que já não cabe
Como livros que não lemos
Mas que no fundo se sabe
Adiar não adianta
Fugir para sempre é impossível
Aceitar a ignorância
Se mostra inadmissível
Por isso que eu não disperso
Minha vida em cada batida
Pois desperdiçar versos
É como desperdiçar a vida
E isso eu já fiz demais...



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