Terra Ancestral: Sabedoria Indígena Norte-Americana
"Houve um tempo em que a Natureza fortalecia o homem
Instruía-o, curava-lhe as feridas
E lhe proporcionava a força de viver.
O homem estava repleto de compaixão
E de amor maternal pela terra,
E sabia que seu coração afastado da natureza
Torna-se seco e duro.
Esse tempo não desapareceu.
Ele se encontra dentro de ti, indestrutível.
Basta apenas modificar o teu modo de olhar as coisas,
Não dar ouvidos à algazarra do mundo
E encontrar novamente a voz do coração."
"A terra é tua ancestral, ela é sagrada.
Deves honrá-la, agradecer-lhe pelo alimento
E pela felicidade de viver.
Se não vês razão para tal agradecimento,
A falta reside em ti mesmo."
"Desperta cedo pela manhã,
Molha-te com água fria
E oferece uma prece muda ao sol
Com um sentimento de aurora no coração.
A criação recomeça contigo."
"Tu não estás separado dos outros,
Encerrado numa solidão mortal,
Com aflições e doenças que só diriam respeito a ti.
Volta-te para os outros,
Aprende a olhar de outra maneira o mundo que te cerca.
Concebe pensamentos de harmonia
Por todas as formas de vida,
Se desejas encontrar a felicidade,
Pois tu és o irmão e a irmã de todas as criaturas."
"A simplicidade nunca é banal e tediosa.
Sua riqueza é infinita,
Constantemente nova
Para aquele que olha o mundo com novos olhos."
"Prece ao Grande Espírito:
"Ó Grande Espírito, cuja voz eu escuto nos ventos
E cujo sopro dá vida a todas as coisas,
Escuta-me...
Torna-me sábio,
De modo que eu possa compreender
O que tu ensinaste a meu povo
E as lições que escondeste
Em cada folha
E em cada pedra.
Peço-te força e sabedoria
Não para ser superior a meus irmãos,
Mas a fim de ser capaz
De combater o meu maior inimigo,
Eu mesmo."
"Os índios que vivem perto da natureza
E do senhor da natureza
Não vivem na obscuridade.
Sabias que as árvores falam?
Elas falam entre si e falarão contigo,
Se souberes escutá-las."
"As estações da Terra são também
As estações da alma e as do corpo.
O homem desperta na primavera,
Afirma sua força e sua paixão de viver no verão,
Torna-se meditativo no outono,
Volta-se para dentro de si mesmo
E contempla os outros mundos no inverno.
É assim que a roda gira,
Levando os vivos e os mortos,
O sol e a chuva,
A noite e o dia,
Na dança do eterno retorno."
"Olhai, meus irmãos, a primavera voltou.
Cada grão desperta
E, assim também, todo animal revive.
É ao seu poder misterioso
Que nós igualmente devemos nossa existência,
E eis porque concedemos aos nossos vizinhos,
Mesmo aos nossos vizinhos animais,
Os mesmos direitos que temos de habitar esta terra."
"Aprende a gozar o instante de beleza das coisas:
O vôo de um pássaro,
Os rumores do vento,
O canto das fontes,
A misteriosa penumbra de um bosque.
Torna-te como a criança que se surpreende com tudo,
E o tempo se deterá;
E tu farás a experiência do mundo
Através de teu próprio corpo."
"Tudo passa, as horas,
As nuvens no céu,
A vida dos homens,
Levados desde o nascimento em direção à morte.
Não te apegues à cronologia afetiva dos acontecimentos.
Não é uma boa maneira de ver o mundo.
Faze de cada minuto uma experiência enriquecedora,
Sem te inquietares com o tempo que foge
Nem com as manhãs que não voltam mais.
O presente é a única coisa que não tem fim."
"Cada árvore é um objeto de respeito."
"Quando mergulhamos bem fundo no interior de nós mesmos,
Desembocamos inevitavelmente na imensidão do mundo.
Podemos, de maneira fácil,
Tomar o lugar de uma árvore,
De uma montanha,
De uma folhagem que respira,
Podemos nos tornar o vôo do pássaro
E até o perfume de uma flor.
Tu tens em ti mesmo
O poder de experimentar as possibilidades inauditas da natureza,
Pela experiência interior
Que nos conduz ao centro de todas as coisas."
"Agradece cantando e dançando,
Como fazem os sóis e as estrelas no céu."
"Queres vencer o medo da morte,
Então olha à tua volta.
A natureza não conhece o frio da morte,
A imobilidade, a interrupção da vida.
Na primavera, ela exprime a juventude,
A paixão de viver, a generosidade.
No inverno, ela sonha,
Encolhida em si mesma,
Renova suas forças
E prepara o retorno da primavera.
Considera a morte um sono reparador."
"Tu és semelhante à árvore plantada na terra
Cuja folhagem toca o céu.
Esta imagem é a do equilíbrio perfeito,
Que reúne céu e terra num mesmo corpo.
Esta autopercepção atrai uma multidão de pensamentos felizes
Que pousarão sobre os teus galhos, como os pássaros."
"Protege a vida — todas as formas de vida —
Como se cuida de uma árvore que acaba de ser plantada,
Abrigando-a do sol e das tempestades.
Cuidar da vida é amá-la."
"Não te limites a considerar a natureza um quadro
No qual tu podes encontrar socorro,
Curar as doenças da alma e do corpo.
A natureza não é exterior a teu espírito,
Ela não é um mundo diferente,
Afastado, difícil de compreender.
Malgrado o jogo das aparências,
Tu e a natureza não tendes senão um só espírito."
"As árvores das cidades são seres separados,
Podadas e distribuídas aqui ou ali
De acordo com a nossa conveniência,
Como se fossem nossos súditos,
Nossos objetos, nossos animais domésticos.
Quanto tu olhas uma árvore, perdida,
Esquecida numa praça
Ou à beira de uma avenida,
Pede perdão pelo mal que lhe fizeste."
"Quando acaricias um animal,
Recebes seu espírito
E lhes comunica o teu.
O amor permite esse misterioso contato das almas."
"Os dramas humanos e as catástrofes ecológicas têm a mesma causa:
O homem afastou-se do coração da natureza,
Que é também o seu coração.
Esquecendo a vida sensível do mundo,
Ele acabou por esquecer a si mesmo.
Os cheyennes das planícies
Sabiam que a perda do respeito devido
A todas as formas vivas,
Humanas, animais e vegetais,
Conduz igualmente à perda do respeito devido ao próprio homem.
Assim, conservavam os mais jovens
Sob a doce influência da natureza."
Instruía-o, curava-lhe as feridas
E lhe proporcionava a força de viver.
O homem estava repleto de compaixão
E de amor maternal pela terra,
E sabia que seu coração afastado da natureza
Torna-se seco e duro.
Esse tempo não desapareceu.
Ele se encontra dentro de ti, indestrutível.
Basta apenas modificar o teu modo de olhar as coisas,
Não dar ouvidos à algazarra do mundo
E encontrar novamente a voz do coração."
"A terra é tua ancestral, ela é sagrada.
Deves honrá-la, agradecer-lhe pelo alimento
E pela felicidade de viver.
Se não vês razão para tal agradecimento,
A falta reside em ti mesmo."
"Desperta cedo pela manhã,
Molha-te com água fria
E oferece uma prece muda ao sol
Com um sentimento de aurora no coração.
A criação recomeça contigo."
"Tu não estás separado dos outros,
Encerrado numa solidão mortal,
Com aflições e doenças que só diriam respeito a ti.
Volta-te para os outros,
Aprende a olhar de outra maneira o mundo que te cerca.
Concebe pensamentos de harmonia
Por todas as formas de vida,
Se desejas encontrar a felicidade,
Pois tu és o irmão e a irmã de todas as criaturas."
"A simplicidade nunca é banal e tediosa.
Sua riqueza é infinita,
Constantemente nova
Para aquele que olha o mundo com novos olhos."
"Prece ao Grande Espírito:
"Ó Grande Espírito, cuja voz eu escuto nos ventos
E cujo sopro dá vida a todas as coisas,
Escuta-me...
Torna-me sábio,
De modo que eu possa compreender
O que tu ensinaste a meu povo
E as lições que escondeste
Em cada folha
E em cada pedra.
Peço-te força e sabedoria
Não para ser superior a meus irmãos,
Mas a fim de ser capaz
De combater o meu maior inimigo,
Eu mesmo."
"Os índios que vivem perto da natureza
E do senhor da natureza
Não vivem na obscuridade.
Sabias que as árvores falam?
Elas falam entre si e falarão contigo,
Se souberes escutá-las."
"As estações da Terra são também
As estações da alma e as do corpo.
O homem desperta na primavera,
Afirma sua força e sua paixão de viver no verão,
Torna-se meditativo no outono,
Volta-se para dentro de si mesmo
E contempla os outros mundos no inverno.
É assim que a roda gira,
Levando os vivos e os mortos,
O sol e a chuva,
A noite e o dia,
Na dança do eterno retorno."
"Olhai, meus irmãos, a primavera voltou.
Cada grão desperta
E, assim também, todo animal revive.
É ao seu poder misterioso
Que nós igualmente devemos nossa existência,
E eis porque concedemos aos nossos vizinhos,
Mesmo aos nossos vizinhos animais,
Os mesmos direitos que temos de habitar esta terra."
"Aprende a gozar o instante de beleza das coisas:
O vôo de um pássaro,
Os rumores do vento,
O canto das fontes,
A misteriosa penumbra de um bosque.
Torna-te como a criança que se surpreende com tudo,
E o tempo se deterá;
E tu farás a experiência do mundo
Através de teu próprio corpo."
"Tudo passa, as horas,
As nuvens no céu,
A vida dos homens,
Levados desde o nascimento em direção à morte.
Não te apegues à cronologia afetiva dos acontecimentos.
Não é uma boa maneira de ver o mundo.
Faze de cada minuto uma experiência enriquecedora,
Sem te inquietares com o tempo que foge
Nem com as manhãs que não voltam mais.
O presente é a única coisa que não tem fim."
"Cada árvore é um objeto de respeito."
"Quando mergulhamos bem fundo no interior de nós mesmos,
Desembocamos inevitavelmente na imensidão do mundo.
Podemos, de maneira fácil,
Tomar o lugar de uma árvore,
De uma montanha,
De uma folhagem que respira,
Podemos nos tornar o vôo do pássaro
E até o perfume de uma flor.
Tu tens em ti mesmo
O poder de experimentar as possibilidades inauditas da natureza,
Pela experiência interior
Que nos conduz ao centro de todas as coisas."
"Agradece cantando e dançando,
Como fazem os sóis e as estrelas no céu."
"Queres vencer o medo da morte,
Então olha à tua volta.
A natureza não conhece o frio da morte,
A imobilidade, a interrupção da vida.
Na primavera, ela exprime a juventude,
A paixão de viver, a generosidade.
No inverno, ela sonha,
Encolhida em si mesma,
Renova suas forças
E prepara o retorno da primavera.
Considera a morte um sono reparador."
"Tu és semelhante à árvore plantada na terra
Cuja folhagem toca o céu.
Esta imagem é a do equilíbrio perfeito,
Que reúne céu e terra num mesmo corpo.
Esta autopercepção atrai uma multidão de pensamentos felizes
Que pousarão sobre os teus galhos, como os pássaros."
"Protege a vida — todas as formas de vida —
Como se cuida de uma árvore que acaba de ser plantada,
Abrigando-a do sol e das tempestades.
Cuidar da vida é amá-la."
"Não te limites a considerar a natureza um quadro
No qual tu podes encontrar socorro,
Curar as doenças da alma e do corpo.
A natureza não é exterior a teu espírito,
Ela não é um mundo diferente,
Afastado, difícil de compreender.
Malgrado o jogo das aparências,
Tu e a natureza não tendes senão um só espírito."
"As árvores das cidades são seres separados,
Podadas e distribuídas aqui ou ali
De acordo com a nossa conveniência,
Como se fossem nossos súditos,
Nossos objetos, nossos animais domésticos.
Quanto tu olhas uma árvore, perdida,
Esquecida numa praça
Ou à beira de uma avenida,
Pede perdão pelo mal que lhe fizeste."
"Quando acaricias um animal,
Recebes seu espírito
E lhes comunica o teu.
O amor permite esse misterioso contato das almas."
"Os dramas humanos e as catástrofes ecológicas têm a mesma causa:
O homem afastou-se do coração da natureza,
Que é também o seu coração.
Esquecendo a vida sensível do mundo,
Ele acabou por esquecer a si mesmo.
Os cheyennes das planícies
Sabiam que a perda do respeito devido
A todas as formas vivas,
Humanas, animais e vegetais,
Conduz igualmente à perda do respeito devido ao próprio homem.
Assim, conservavam os mais jovens
Sob a doce influência da natureza."
Credits
Writer(s): Daniel Dos Santos Caixão
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