Grave do Conxa

Deixa que diga, que pense, que fala
Deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem?
Deixa que diga, que pense, que fala
Deixa isso pra lá, vem pra cá

Outro beat forte, outra rima forte
Erguendo um castelo sem precisar de suporte
Demais pro seu porte, craque desse esporte
Exportando rima pra vim dólar no malote

Pergunto: Como é que pode
Falar que é fruto de dom e sorte?
Verso fervendo, verão do norte
Ficou de cara, mas se conforte
Disfarce quente tá no meu porte
Como é que pode?

Rápido demais, difícil pra me seguir
Mágico demais, então levanta pra aplaudir
Ácido demais, péssimo pra digerir
Sólido demais pra achar que vamo' cair

Cê já tá cansado de saber
Versátil nos versos, levada um veneno
Fora da caixa demais pra tentar entender
Cê nunca me pega, cê tenta e me erra
Se o flow acelera não dá mais pra você, ye

Visão no final desde quando começou
Aprendendo com erros pra nunca voltar ao começo
Tá esperando virar pra falar que sempre colou
Se vier dando mole vamo' te virar do avesso, ye

Punch na sua cara, bate igual grave do Conxa
Cada faixa um hit, tá pesado igual uma rocha
Procurou uma falha, o trampo todo mano, poxa
Vida merda essa sua que a gente debocha

Para de achar que tá abalando de gravata
Pagar de gatão com essa vidinha lero-lero
Trampo o dia todo sem ninguém assinar carta
E o resultado é elas dançando nesse bolero

Bolo mais um plano pra amanhã dominar o mundo
Domingão é churrasco sem nem pensar na conta
Contando pros hater que taxa de vagabundo
Como ficar rico sem ter que te prestar conta

E no final ela entende essa vida dura
E eu amo as curvas dela que me tiram a atenção
Liga na madruga, diz que é hora de aventura
Eu atento na vulva, quase que perco meu chão

Cresci igual Megazord, se ver um ano depois
Mil quilômetros da caixa, sem rima feijão com arroz
Marca original e sigo correndo igual puma
Eu vou ligar no JazzC pra fazer mais que Adidas 2

Se não vão entender, pelo menos entreter
Desde que não julgue essas coisas que não conhece
Sei bem o que te pareceu, te juro, transpareceu
Que sua cara não esconde isso que sua alma reflete

Pisa devagarin', base de cavaquin'
Melódico, envolvente, sem pagar de americano
Dizem que tô no camin', sigo no sapatin'
Sei que cê tá descrente com as rima que tá escutando

Portas sempre abertas, gavetas fechadas
Recusando ofertas, te devendo nada
Sei que tá mil grau, mas vou ter que pedir licença
É que a festa acabou, tá na hora de arrumar a casa



Credits
Writer(s): Hugo De Paula
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