Contra-Fogo

Corre Lobo, voa Arara, sebo na canela Ema
Some Seriema, chispa daí que lá vem o fogo!
Vem, ajuda, abafa, acuda, reza, chama a chuva
Que a chama, flama ardendo queima

Fica Buriti, Baru, Pequi, Canela de Ema queima
Quem não tem canela pra dar sebo nela queima
Cada folha seca, galho, palha
O vento espalha a brasa e o fogo teima

Não posso mais
Ver triste assim
Queima o Cerrado em mim
Não posso mais
Ver triste assim
Queima o Cerrado em mim

Chega os homi, cerca a terra, passa a motosserra
Mata o índio, tira o agricultor familiar da terra
Que agora o agro é pop
Quando chega o dragão da ganância cospe fogo
E o Cerrado todo queima

Cai a mata, cresce a soja, cai a vida, cresce o lucro
Cresce os olho e impunemente teima
Até perceberem que dinheiro não se come
Vai ter fome, vai ter sangue, vai ter queima

Não posso mais
Ver triste assim
Queima o Cerrado em mim
Não posso mais
Ver triste assim
Queima o Cerrado em mim

"O fogo é puro, corcel de labareda
Domado e conduzido ele é afeto, parceiro, amigo
Mas quando o chicote da maldade estala
Ele parte em disparada
E haja briga, luta e trabalho das brigadas
Para manter as suas chamas mansas e controladas"

Volta Lobo, pousa Arara, canta Seriema
Rebrota das cinzas Canela de Ema, teima Ema
Deixa o nosso Cerrado de pé
Que a a gente quer seguir vivendo
de sua natureza plena

Cerrado de pé é o que a gente quer
Cerrado de pé é o que a gente quer
Cerrado de pé é o que a gente quer
Cerrado de pé é o que a gente quer
Cerrado de pé é o que a gente quer
Cerrado de pé é o que a gente quer
Cerrado de pé
É o que a gente quer



Credits
Writer(s): Céu Azul, Pedrishna
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