Pussurinhos

Deita-te agora
Que estás sem fome
Dorme

Imagina que o Mar Morto
Todo
Coube numa chávena
Contigo a boiar no meio

E na água salgada dissolve-se
Tudo o que te consome
Vês que cada ferida sara
Cicatriza-se a samsara
Tudo é bom enquanto dormes

Bem-vindo todo o lítio que me embala
E a cirrose que se desenvolve no meu corpo
Tiro férias quando me encho de conforto
Em copos gastos, vazios como eu

Vai longa a hora em que sóbrio
Me armo em cavalo de batalha
Ardo eterno em acendalha
E vou atrás daquilo que é meu

Deita-te agora
Que estás sem fome
Dorme

Visualiza uma cereja
A ceder levemente ao cerrar dos teus dentes
O sumo espirrado como um Pollock



Credits
Writer(s): Miguel Afonso
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