Intro

Ouçam isto, são tambores
Infinito, som das cores
Eu resisto! Meus senhores!
Eu sou isto! Sou tambores!
Não me quero lembrar do tempo
Nem perder tempo a pensar nele
Quero que ele voe com o vento
Quero ter rugas na pele
Quero saber que soube tudo
Mesmo que o tudo não caiba aqui
Quero ser quem sentiu tudo
Que foi do fundo, que eu subi
Eu fiz da fome o motivo
E do grito a canção
A revolta de um vivo
Eu fiz da morte o meu pão!
Dei nome aos nomes
Apresento-me!
Dei dons aos donos
Alimento-me!
Dei fome aos tronos
Vinguei-me!
Sonhei mil sonhos
Libertei-me!
Fiz dos escravos, cravos!
Dos espinhos, bravos!
Do sangue, marcos!
Contra orgulhos, parvos!
Enforquei-te nas cordas da guitarra
Que qualquer fadista acompanhava
Hoje sou artista da palavra
Que sem honra vale... nada!!!
Vejam bem que não há só gaivotas em terra
E muito menos nesta, onde a Praia é cidade,
Onde a Morna não é temperatura, é sabura, é liberdade!
O amor cresceu tanto, tanto... cretcheu
Sou Lisboa crioula, mestiça, bonita, morna
Sou Amália, Cesária, promessa de uma sodade nova
Sou Alfama e Madragoa, sou subúrbio de Lisboa
Sou cachupa e bacalhau, dess nha terra San Niclau
O fado, o fardo!
Alma portuguesa servida na mesma mesa
Onde a saudade é regada a vinho
Onde a saudade cheira a pinho
Da lareira do vizinho!
Fado Badiu!



Credits
Writer(s): Hélio Junior Baessa, Tiago Tavares Santos
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