De Onde Eu Vim

Eu vim de lá

Eu vim de lá

Eu vim de lá dos barracos de madeira
Das vielas, das trincheiras
Vim de lá pra te mostrar

Que nem todo preto é ladrão
Nem todo truta é irmão
Isso eu posso comprovar

Aqui aprendemos na marra, na luta diária
Sem milho nem falha, não atravessa na ideia, não
Se vacilou, desceu, não deu valor, perdeu
O seu espaço só começa onde termina o meu
O seu espaço só começa onde termina o meu
O seu espaço só começa onde termina o meu

Pique Dona Ivone Lara, eu vim de lá pequenininho
E aprendi que pra chegar tem que ser no sapatinho
Devagar, devagarinho pra não causar intriga
Aqui é tudo na surdina, sem chamar atenção de zé povin'

A disciplina se aprende desde criança
Pra não atrapalhar o bonde se não manja nem entra na dança
Fica de canto, se ponha no seu lugar
Não é porque um tá mandando que você pode mandar

Tem que saber chegar, respeitar os mano pra
O respeito mútuo você conquistar
E quem quer chega e faz, quem não quer copia
Será um eterno seguidor que segue só as pegadas na trilha

Aqui não, abrimos novos caminhos
Em qualquer lugar nós nos sentimos passarinhos no ninho
Truta, é muito aprendizado
E só quem vem de lá tá ligado

Eu vim de lá dos barracos de madeira
Das vielas, das trincheiras
Vim de lá pra te mostrar

Que nem todo preto é ladrão
Nem todo truta é irmão
Isso eu posso comprovar

Aqui aprendemos na marra, na luta diária
Sem milho nem falha, não atravessa na ideia, não
Se vacilou, desceu, não deu valor, perdeu
O seu espaço só começa onde termina o meu
O seu espaço só começa onde termina o meu
O seu espaço só começa onde termina o meu

Nóis não chora pitanga nem pelo leite derramado
Ou arregaça as mangas ou vai pra lona, mano, nocauteado
A regra é clara: aqui se faz, aqui se paga
Malandragem vem das ruas e ela não aceita falha

Sorriso estampada na cara, vitória cravada, vencemos a luta
Bloco comprado, cimento na bala, amanhã já levanta a estrutura
Ando com a fé, carregado de axé
Porque sei que é a única que não vai falhar
Patuá no peito é meu escudo, salve Oxalá

Os Orixás que nos protegem
As coisas ficam ruim, nóis ajoelha e faz uma prece
E nóis quer ouro, nóis quer viver bem
Sentar numa roda de parceiro contando nota de cem

Mas cuidado, confia desconfiando
Aperto de mão confunde, pelas costas ficam te julgando
Eu não preciso fingir nem criar trama
Eu faço parte dos que vivem em corpo e alma o nego drama

Eu vim de lá dos barracos de madeira
Das vielas, das trincheiras
Vim de lá pra te mostrar

Que nem todo preto é ladrão
Nem todo truta é irmão
Isso eu posso comprovar

Aqui aprendemos na marra, na luta diária
Sem milho nem falha, não atravessa na ideia, não
Se vacilou, desceu, não deu valor, perdeu
O seu espaço só começa onde termina o meu
O seu espaço só começa onde termina o meu
O seu espaço só começa onde termina o meu



Credits
Writer(s): Wellington Braza
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