Iacanga

Eu ia ao festival de Iacanga
Porem não era nascido lá
Ainda
Eu aqui comendo banana na porteira
Não sabia ainda o que ia
Nem o que virá
Na minha cama, na canga, na boca do rio
Onde se ria
Queria ter vindo num outro domingo
Do ano que se inicia
Não ria

Era dente com dente
Gente moída, mordida
Havia
Tanta gente, gente inocente
Não devia porque não devia desviar
Por que será?
Tropeçava na pressa, de um lado pro outro corria
Onde quer chegar?
Pra que inventar de querer encontrar
Um ano que não existia?
Sorria

...

Esse saudosismo que eu tinha
Desse tempo que vinha, mas não ia voltar
Até porque pra voltar teria
Que ter ido ou, ao menos, estado por lá
Por aqui
Nasci mas às vezes eu sinto que me perdi
Caso me encontrar
Por aí
Saiba que vou voltar
Qualquer dia há de ver
Qualquer dia hei de vir



Credits
Writer(s): Gab Lara, Vicente Conde
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