Luar

Não há um luar que venha em vão
Que não deixe algum sinal no coração
Quando vem aquelas noites de luar
Vem assim tão deslumbrantes
Que prefiro ver o dia raiar

Não há um luar puro, inocente
Sempre a chama é quente
Sempre queima a gente
Sempre é envolvente
Risco permanente
Entorpece e dá o bote
O seu veneno é muito forte

Não há um luar inofensivo
Que ilumine apenas
Sem outro motivo
É depois de alguma noite de luar
Que a paixão bate mais forte
E nem sempre existe alguém pra se amar

Não há, minha gente oh não, luar
Só tão cândido
Só romântico
Só lunático
Só volátil
Sempre é um pouco além
De onde alguém
Espera ver o bem

Não há mais luar do tipo ingênuo
Que não deixe os seus encantos no sereno
Justamente nessas noites de luar
Quando o espírito fraqueja
Vem a lua ali tentando enfeitiçar

Não há um luar de confiança
Mesmo na bonança
Luz suave e mansa
Abre o foco e avança
Finge que é esperança
Pega quem quer ser feliz
E lança o mal bem na raiz

Não há um luar leal e amável
Que desperte algum desejo mais viável
Lua, lua, sua história perpetua
Pena, tanta gente lhe cultua
Lua, lua, que do alto se insinua
Não se meta, fique aí na sua!



Credits
Writer(s): Luiz Augusto De Moraes Tatit
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