Desilusão

Acordei a meio da noite,
Senti-me a pairar.
O fumo no ar não permitia ver,
Tentei subir, afastar-me um pouco.

Descobri um mundo arrasado,
Chamas que lavravam sonhos.
Ouvi risos, vi sorrisos vazios,
Nada mais havia a dar.

Apertei com força a mão de Deus,
Senti a desilusão
Por um mundo que, pensava eu,
Não iria cair.

Dirigi-me ao oceano,
Vi cair paraísos
Iates engolidos por ilhas,
Enormes ilhas de solidão!

Apertei com força a mão de Deus,
Senti a desilusão
Por um povo cuja consciência
Se dissipava no ar!

Perguntei então a Deus:
O que é que eu faço?
O que é que eu faço?



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