Pedra da Sereia

Perdido na imensidão de um oceano de incertezas
Sozinho então a navegar
Flutuo sobre a água que me cerca com a intenção de me afogar

E o medo de ficar sozinho
Começa a tomar conta
Procuro o caminho de casa
Fugindo do frio que amedronta
Começo a pensar em tudo que eu já passei
E os mares que já naveguei

Se o barco naufragar
E a bússola quebrar
Me leva a crer que eu vou ter
Vou ter que nadar sem poder me guiar

Não aguento mais nadar pra morrer na areia
Tão perto da fronteira
Eu não quero me entregar na pedra da sereia
Por mais que eu queira

Salve-se quem puder se abrigar
Dessa chuva com trovões que insiste em ficar
Salve o sol que não quer se revelar
Nesse mar aberto que eu insisto em navegar

Daqui não vejo nenhum cais, um porto seguro, nem um farol
Nem mesmo sequer o sol
E não adianta atirar a âncora
A profundidade não vai permitir

Na ponta da proa vejo o tempo virar
O mar calmo nunca fez bom marinheiro se virar
Prepara o braço pra nadar até não aguentar
Não vai ter bote pra te salvar

Não aguento mais nadar pra morrer na areia
Tão perto da fronteira
Eu não quero me entregar na pedra da sereia
Por mais que eu queira

Salve-se quem puder se abrigar
Dessa chuva com trovões que insiste em ficar
Salve o sol que não quer se revelar
Nesse mar aberto que eu insisto em navegar

Navegar
Navegar



Credits
Writer(s): Adrián Brito
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