Sintoma de Poder

Já tive dias em que acordei
De um sono que me mostrou
Que o poder é um vaivém
Nuns dias tudo
Noutros apenas ninguém
Nuns inseguro mesmo quando já fui rei
Rei do meu quarto ou do servo imaginário que criei
Afinal o que sou eu
Senão uma imagem falsa
Do que os outros esperaram de mim
Olho pra cima e resumo-me ao meu tamanho
Pra me lembrar pra me lembrar

Que o sintoma de poder no final
De nada me vai valer
Que o sintoma de poder no final
De nada me vai valer
Ás vezes dou por mim num antro de baratas tontas
Que concorrem entre si
Sem que se perceba o propósito
Deixei-me disso e reservo-me a esse direito
Pois percebi que no final vocês
São todos a mesma merda
Incapazes de crer em vós próprios
Entram em espaço alheio
O que são vocês afinal
Olhem pra cima e resumam-se ao vosso tamanho
Pra que se lembrem pra que se lembrem

Que o sintoma de poder
No final de nada vos vai valer
Que o sintoma de poder
No final de nada vos vai valer
O sintoma de poder no final
A ninguém pode valer
O sintoma de poder no final
A ninguém pode valer

Eu só quero poder
E não o poder