Beleza Eterna

Eu, às vezes, me pergunto
Como tudo chegou nesse ponto
É tudo tanto
Eu vou acabar morrendo nas mãos de um celular

Do computador, da máquina
Que tem outra velocidade
Minha cidade
Transa pensando no gozo, paga pra ver o final

Da aflição e da angústia
De ter que viver a vida inteira
Que vida eterna
De cansar da própria cara e não ter como descansar

E ninguém poder sentir
Exatamente como um outro sente
Embora tente
Mas que música existe pra poder imaginar

Ver que o medo da mudança
E do conflito são bem semelhantes
Depois e antes
Quando o choque te confunde e você quer voltar atrás

Quando o escuro é muito grande
É sufocante de desconhecido
E eu não consigo
Não existe um horizonte, eu nem sei como explicar

E querer ficar contente
Mas ficar de fato não existe
Estava, estive
Mas quem sabe andar contente eu possa, pra movimentar

Sentir tudo tão guardado e controlado
Pra seguir em frente
É tão doente
A vontade de chorar, de desistir, de desabar

Quanta coisa a gente inventa de fazer
Pra ser bem sucedido
É tão vazio
O sentido nem sempre está escondido no final

Mas que a vida nunca é curta
Perto de tudo que ela é bonita
Vida infinita
A beleza eterna que, às vezes, pode-se enxergar

Pois, se o tempo anda pra frente
E tudo que eu tentei manter comigo
Foi destruído
Mesmo o que ficou igual, ficou igual em outro lugar

Se os problemas vão e vem
Eu quero vê-los com simplicidade
Sinceridade
Se a aparência falar alto, que a verdade fale mais

Que o peso da idade e do dinheiro
Não mate a beleza
E a brincadeira
Nem o meu brilho nos olhos de crescer e inventar



Credits
Writer(s): Martim Bernardes Pereira
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