D de Destino

A cigana sorriu com seus dentes de ouro
Ao ler minha sorte
Linhas na palma da mão para sempre serão
Meu passaporte

Minha mãe me falou sobre a cruz de Jesus
As chagas e os cortes
E meu pai me entregou seu facão guarani
E apontou pro norte, e eu segui

Quero viver
Muito além das fronteiras
Dos que só sabem ser
Pedras de atiradeira

Eu devia saber
Que de certa maneira
Não seremos jamais
Mais que grãos de poeira nos céus

Era um D de destino
Um E de esperança
Ou de encruzilhada

Era um N de nunca
Ou quem sabe de nuvens
E um dia ela passa

Tantas vezes me vi
Tendo que decidir
Entre o nada e o nada

Mas quem leva a certeza
No meio do peito
Não teme empreitada que virá

Quero viver
Muito além das fronteiras
Dos que só sabem ser
Pedras de atiradeira

Eu devia saber
Que de certa maneira
Não seremos jamais
Mais que grãos de poeira nos céus

Era um rei, uma dama, um valete de ouro
Carta marcada
Era um só nosso amor, era tudo de bom
Era um abracadabra

Veio um raio de sol pela telha quebrada
Lá na calha d'água
Era um cheiro de mato e de terra molhada
Na beira da estrada

Vem longe
Vem longe
Vem longe
Vem longe
Vem



Credits
Writer(s): Renato Teixeira De Oliveira, Paulo Simoes, Almir Satter
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