Lírico-Romântico Poético

Olá, você
Que carrega nas costas um fardo pesado
Que a estrada do tempo amarelou
Que anda nas ruas olhando pro chão
Sem coragem de olhar o ancião que passou

Que deixou sua barba crescer
E voltou a usar sua roupa surrada
Que pensou que era dono de tudo
E hoje uma simples palavra
Te mostra que o saldo atual
É nada
É nada

Olá, você
Que julgou conhecer os atalhos
Caminhos de quem desconhece porteira fechada
Que cruzou velhos mares, montanhas e rios
Até despertar nesta encruzilhada

Que usou do poder sem poder
E avocou para si a palavra final
Que pensou que era dono de tudo
E o seu tudo te mostra
Na fria palavra que o saldo atual
É nada
É nada

Mas e daí? Ó, cara
Você tem que saber
Que apesar de tudo que anda acontecendo por aí
Você ainda pode ser
Lírico, romântico, poético, e ainda ouvir

O barulho do trem na hora do amor
Uma lata de cerveja, bem gelada
Um hambúrguer, em plena madrugada
Guardar este velho coração curtido
Lembrar o que já foi dito

Palavras são palavras
Que muitas vezes não dizem
Nada
Nada
Nada



Credits
Writer(s): Jose Geraldo Juste
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