Eu E O Meu Amor
Monólogo de Orfeu
Mulher mais adorada, agora que não estás
Deixa que rompa o meu peito em soluços
Te enrustiste em minha vida
E cada hora que passa é mais por que te amar
A hora derrama o seu óleo de amor, em mim, amada
E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem
Essa saudade de estar perto, se longe
Ou estar mais perto, se perto
Que é que eu sei
Essa agonia de viver fraco, o peito extravasado
O mel correndo
Essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu
Tudo isso que é bem capaz de confundir o espírito
De um homem
Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga
Esse contentamento, essa harmonia
Esse corpo
Me falas essas coisas
Que me dão essa força, essa coragem
Esse orgulho de rei
Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música
Nunca fujas de mim
Sem ti sou nada, sou coisa sem razão, jogada
Sou pedra rolada, Orfeu menos Eurídice
Coisa incompreensível
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo, minha amiga mais querida
Qual mãe, qual pai, qual nada
A beleza da vida és tu, amada, milhões amada
Ah, criatura, quem poderia pensar que Orfeu
Orfeu cujo violão é a vida da cidade e cuja a fala
Como o vento à flor despetala as mulheres
Que ele Orfeu, ficasse assim rendido aos teus encantos
Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho que eu vou te seguindo no pensamento
E aqui me deixo rente quando voltares pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo
Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que eu estarei contigo!
Mulher mais adorada, agora que não estás
Deixa que rompa o meu peito em soluços
Te enrustiste em minha vida
E cada hora que passa é mais por que te amar
A hora derrama o seu óleo de amor, em mim, amada
E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem
Essa saudade de estar perto, se longe
Ou estar mais perto, se perto
Que é que eu sei
Essa agonia de viver fraco, o peito extravasado
O mel correndo
Essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu
Tudo isso que é bem capaz de confundir o espírito
De um homem
Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga
Esse contentamento, essa harmonia
Esse corpo
Me falas essas coisas
Que me dão essa força, essa coragem
Esse orgulho de rei
Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música
Nunca fujas de mim
Sem ti sou nada, sou coisa sem razão, jogada
Sou pedra rolada, Orfeu menos Eurídice
Coisa incompreensível
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo, minha amiga mais querida
Qual mãe, qual pai, qual nada
A beleza da vida és tu, amada, milhões amada
Ah, criatura, quem poderia pensar que Orfeu
Orfeu cujo violão é a vida da cidade e cuja a fala
Como o vento à flor despetala as mulheres
Que ele Orfeu, ficasse assim rendido aos teus encantos
Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho que eu vou te seguindo no pensamento
E aqui me deixo rente quando voltares pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo
Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que eu estarei contigo!
Credits
Writer(s): Antonio Carlos Jobim, Vinicius De Moraes
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