Entranhas

"Ontem desci no ponto ao meio dia
Contramão me parecia
E na cabeça a mesma reza
Deus, que não seja hoje o meu dia
Faço a prece e o passo aperta
O meu corpo é minha pressa"

Eu encaro o reflexo no espelho
Vejo mil rostos e não me reconheço
Já faz quase dois anos
Desses olhos vermelhos

O vento sempre dá a volta na esquina da minha lembrança
E planta em mim um cacto no pé do meu coração
Sou pranto, mas a razão

Ouça, você que anda na rua
Ouça bem, eu não sou tua
Você vai entender
Moça, não se culpe pelo fardo
Livre-se desse passado
Não importa mais
Ninguém vai me convencer
Que isso tudo era pra ser
Não existe reparo
Pra um corpo violado

Não há ouvido pras que choram
Um "não" silenciado
Eu grito "fogo!", mas meu corpo está congelado
E ninguém vai entender
Que mesmo morta eu nunca vou morrer

E esse cara tão simpático, tão carismático
Continuará sendo bem tratado
Na avenida, no bar, na esquina da vida
Ninguém vai saber

Ouça, você que anda na rua
Ouça bem, eu não sou tua
Você vai entender
Moça, não se culpe pelo fardo
Livre-se desse passado
Não importa mais
Ninguém vai me convencer
Que isso tudo era pra ser
Não existe reparo
Pra um corpo violado



Credits
Writer(s): Marina Candelária
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