Sanidade

Tem dias que bate e assola a alma
Em uma rua escura, sem luz, apagada
Fico parado nessa longa estrada
Te esperando de volta
Falante ou calada
Sanidade que não tenho, ela me assola
Queria tê-la perto, mas foi embora
Lembranças são um nó atado
Que não desamarra
E amanhã é um novo dia
E eu levanto na marra
Caminhar de pés cansados
Também levam a um destino
Felicidade de quando era menino
Que a criança em mim ainda era viva
Que mesmo diferente, sempre cativa
Cada um é o melhor do universo
E cada universo tem seu próprio processo
Viver cada dia como se fosse um verso
Mas me perco e desorganizo
Isso é tão controverso
E sinceramente eu te confesso
Gosto de me ouvir, mas sempre disperso
Não quero mais sentir, não quero mais falar
Não quero que me diga o que eu quero escutar

Não me diga mentiras
Não me diga mais mentiras

Viver um sonho parece impossível
Mas olhando de perto
Fica tudo visível
Se eu quero, eu posso
Se eu posso, eu consigo!
Viver desse jeito
Ou alcançar outro nível
Me manter são é importante
Pois inspiro alguém
Manter o foco e não ser refém de mim
Coisa mais difícil não tem
E depois de amanhã eu busco ir além
Batalhas são diárias
Entre o corte e a navalha
Uma agulha em meio a palhas
Humano não robótico
Sou cheio de falhas
E isso nem é armadura
São minhas vestes, são malhas
Sorriso vazio e amarelado
Estou sozinho mesmo ao lado
Não sou vazio, não sou completo
Não tenho afeto, sem flow
Sou um pensamento, não sou

Eu não sou mais vazio
Ou fácil
Meus olhos são tormentas
E são mares em que tu não nada mais
Não nada mais
Ha ha ha ha ha