Lisboa Gandula

Foi com um sorriso que da janela acenou do vagão
Meu querido filho, tua partida não foi em vão
Nossa distância alargada com as estações
A vida balança não nas virtudes mas nas podridões

E na confusão a lâmina dura deu um passo em frente
Rasgando a tenra carne de todo aquele que sente

Vai, corre, brinca e pula
Não me dês razões para abrir o jornal
Cuidado filho, Lisboa é Gandula
Para uns está bem, para outros está mal

Foi em sobressalto que acordei com toques antecipados
Foi no Bairro Alto que juraram ver um dos safados
Jorrou o sangue e na calçada suja desaguas
Levou-te a vida um gangue e sem saberem levaram duas

E que importa agora a sina de um asno assassino
Reduz-se a vida a um único desejo: rever o meu menino

Vai, corre, brinca e pula
Não me dês razões para abrir o jornal
Cuidado filho, Lisboa é Gandula
Para uns está bem, para outros está mal

Foram longe demais por uns berloques e uma imprecação
Assim é a maldade, um excesso sem justificação
A miséria é tão alta que a Justiça não faz falta

Vai, corre, brinca e pula
Não me dês razões para abrir os jornais
Toma cuidado filho, Lisboa é Gandula
Uns são amenos, outros estão a mais
Uns são amenos, outros estão a mais



Credits
Writer(s): Duarte Saldanha
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